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Morte de Chávez causará reformas em Cuba, diz blogueira Yoani Sánchez

Para ela, mais reformas e de maior profundidade no plano econômico, vai permitir maior investimento estrangeiro

Madri - A morte do presidente venezuelano Hugo Chávez, principal aliado de Havana na região, pode impulsionar as reformas na ilha, afirmou a blogueira opositora cubana Yoani Sánchez em declarações nesta sexta-feira (8/30 na Espanha. O novo governo de Caracas sem Chávez "poderá corta o amplo subsídio que Cuba recebe por parte da Venezuela", o que empurraria o regime castrista par uma abertura para o exterior, já que a "ilha não teria como manter-se por si só", afirmou.

[SAIBAMAIS]"Mais reformas e de maior profundidade no plano econômico, permitir maior investimento estrangeiro ou dos exilados, ou permitir ainda mais trabalho por conta própria", sugeriu Sánchez, que participa no III Congresso Ibero-americano de Redes Sociais, o iRedes, celebrado em Burgos (norte). "Isto levaria a abrir mais a ilha, o que, no fim das contas, implicaria uma maior abertura democrática", acrescentou.

Graças à reforma migratória, aprovada em outubro e que eliminou a necessidade de obter permissão para sair da ilha, Sánchez conseguiu seu passaporte depois de inúmeras recusas e, em 18 de fevereiro, iniciou um giro internacional de três meses por 12 países, incluindo Brasil, Espanha, México e Estados Unidos. Ela explicou que esse tipo de abertura são "medidas desesperadas de um sistema em fase terminal, que economicamente não consegui valer-se por si próprio e com dirigentes históricos nos últimos anos de vida".



Por isso, pediu ao governo espanhol que "não acredite muito no canto da sereia de que as reformas que, apesar de terem aberto alguma flexibilização econômica, não deram nenhum passo para que os cubanos recuperem sua liberdade". As relações entre Espanha e Cuba se viram recentemente postas à prova pela morte, em um acidente de trânsito, do líder dissidente Oswaldo Payá, de 60 anos, da qual foi acusado o jovem político conservador espanhol Ángel Carromero.

Payá morreu em 22 de julho junto ao dissidente Harold Cepero, de 31 anos, em uma estrada a 700 km de Havana, quando seu carro, dirigido por Carromero, bateu em uma árvore. O político espanhol, de 27 anos, foi condenado a quatro anos de prisão por homicídio culposo que, após ser repatriado em dezembro, cumpre agora na Espanha em regime semiaberto.

Apesar dos pedidos da dissidência cubana, Carromero não havia rompido seu silêncio público sobre o ocorrido até que disse ao jornal Washington Post, em uma entrevista publicada nesta quarta-feira, que o acidente foi provocado por outro automóvel que os seguia e os surpreendeu pela traseira do carro. Yoani Sánchez insiste "na necessidade de uma investigação internacional independente". "Tanto sua família quanto os ativistas cubanos merecem saber a verdade", afirma.