Washington - O Senado dos Estados Unidos confirmou nesta quinta-feira (7/3) John Brennan como novo diretor da CIA, dois meses depois de sua indicação pelo presidente Barack Obama e após uma obstrução historicamente longa de um representante republicano sobre o uso dos drones (aviões sem piloto).
Os senadores votaram por 63 a 34 a favor de Brennan, de 57 anos, atualmente o principal assessor antiterrorista de Obama, depois de o republicano Rand Paul impedir por 13 horas na quarta-feira (6/3) a votação, ao pedir à Casa Branca uma explicação sobre o uso dos drones pelos Estados Unidos.
A confirmação de Brennan completou a equipe de segurança nacional do presidente, após a confirmação de John Kerry no Departamento de Estado e de Chuck Hagel no Pentágono. Brennan conhece perfeitamente a Central de Inteligência Americana, uma instituição onde passou 25 anos. Desde 2009, ele chefiava a luta antiterrorista e comandava o programa de drones.
Neste cargo, coordenou uma "lista de pessoas a eliminar", pertencentes à Al-Qaeda em Paquistão, Somália e Iêmen. O processo de sua confirmação permitiu colocar sobre a mesa o debate sobre o uso dos drones. Os senadores criticaram publicamente o governo Obama pela falta de transparência do programa.
Paul concretizou sua ameaça de obstruir a votação em protesto contra uma carta divulgada na segunda-feira em que o secretário de Justiça, Eric Holder, que ressaltava que "em circunstâncias extraordinárias" comparáveis ao 11 de setembro de 2001, o presidente teria direito a ordenar bombardeios com drones em território americano contra cidadãos suspeitos de integrar grupos terroristas.
Paul se valeu de uma regra que permite aos oradores manter a palavra pelo tempo que quiserem, com o que os republicanos se alternaram durante horas para atacar sua indicação. Segundo ele, as regras do programa secreto de assassinatos seletivos em Paquistão, Somália e Iêmen não podem ser aplicados em território americano.
O ministro da Justiça, Eric Holder, respondeu esta quinta-feira. "Soube que o senhor mantém uma nova pergunta", escreveu. "O presidente tem a autoridade de usar um avião não tripulado armado para matar um americano que não estiver envolvido em um combate em solo americano? A resposta a esta pergunta é não", continuou.