Segundo a acusação, Berlusconi, que recorrerá da sentença, divulgou ilicitamente no I Giornale, jornal de propriedade de sua família, notícias e escutas telefônicas protegidas pelo sigilo.
Trata-se de uma das três sentenças que serão pronunciadas neste mês contra Berlusconi, que também está sendo julgado por prostituição de menores e abuso de poder no caso Ruby e por fraude fiscal no Mediaset. Por ter sido condenado a uma pena menor de dois anos e por ser maior de 75 anos, a justiça italiana não prevê que seja preso.
O ex-primeiro-ministro italiano foi acusado em 2005 de ter publicado a conversa telefônica entre o líder de esquerda Piero Fassino e o presidente da companhia de seguros Unipol, Giovanni Consorte, que esperava tomar o controle do Banco Nazionale del Lavoro. Na conversa, Fassino confessava a Consorte: "Temos um banco".
A conversa formava parte das atas do processo quando foi publicada pelo jornal, oficialmente de propriedade do irmão, Paolo Berlusconi, condenado também a dois anos e três meses de prisão.
Para os juízes, não se tratou de um "simples vazamento de notícias", mas de uma estratégia para desacreditar o então líder da oposição de esquerda, faltando poucos meses para eleições chave.
Os advogados de Berlusconi conseguiram em meados de janeiro adiar para março a data da sentença pelo fato de o magnata liderar a campanha eleitoral para as eleições legislativas do fim de fevereiro.