"A Venezuela está em estado de urgência", destaca o também lusitano Público. Na Grã-Bretanha, a imprensa destaca o uso das reservas petrolíferas venezuelanas para fortalecer sua liderança. O Daily Telegraph o descreve como um "esperto e descarado demagogo de uma retórica embriagante que, com o gasto descontrolado das reservas petrolíferas, se tornou um líder mundial".
O progressista The Guardian se mostra mais benévolo com a figura do presidente venezuelano e destaca como parte de sua herança "a atenção social e a alfabetização dos pobres", mas também "infraestruturas frágeis e a dependência do petróleo". O jornal The Times destaca "o fascínio de Chávez com a própria voz e suas tendências autoritárias", enquanto o Financial Times ataca sua figura.
"Um populista que construiu seu poder a través da petrodiplomacia", define, antes de apontar as dúvidas sobre a sobrevivência da revolução bolivariana. "Como sua altamente personalizada revolução socialista do século XXI, estava inextricavelmente ligada ao carismático populista, é improvável que sobreviva a sua morte, tanto em seu país como na região", afirma o jornal.
Na Alemanha, o Frankfurter Allgemeine Zeitung destaca o "antiamericanismo agressivo" de Chávez, que o levou a fraternizar com governos de duvidosa mentalidade democrática, como Irã ou Belarus. A palavra "caudilho" é utilizada pela imprensa italiana para definir o falecido presidente.
"Chávez, o último caudilho está morto" é a manchete do La Repubblica, enquanto o Corriere della Sera apresenta o venezuelano como "o caudilho que desafiou os Estados Unidos". O La Repubblica destaca também o país dividido deixado por Chávez: "Um poco menos da metade da Venezuela sempre o odiou, um pouco mais da metade da Venezuela o transformou em herói épico".
A imprensa belga lembra a transcendência de Chávez na região. "Um gigante político que, tanto no positivo como no negativo, mudou profundamente a América Latina", afirma o jornal Le Soir.