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Secretário de Estado americano promove conciliação no Egito

John Kerry visita o Cairo neste sábado para incentivar o consenso entre o poder e a oposição

Estados Unidos, os "partidários"

Em frente ao ministério das Relações Exteriores, dezenas de manifestantes queimaram fotos de Kerry, acusando os Estados Unidos de apoiarem Mursi.

Kerry ressaltou então que os Estados Unidos não são partidários de nenhuma das partes.

"Viemos aqui enquanto amigos do povo egípcio, não do governo, de uma pessoa, de um partido ou de uma ideologia", insistiu o secretário, que realiza sua primeira visita ao Egito desde que assumiu suas funções, em 1; de fevereiro.

Keery declarou ainda que deve encontrar no domingo o presidente Mursi para discutir a maneira como o seu país pode ajudar o Egito a sair da crise econômica, um tema para o qual também pediu consenso.

"Neste período de desafio econômico, é importante para o povo sírio encontrar um terreno de subida", disse.

"É primordial, essencial, urgente que a economia egípcia volte a ser forte, que se recomponha", declarou a empresários.

"É necessário chegar a um acordo com o FMI. É preciso inspirar confiança aos mercados", acrescentou.

O Egito negocia com o Fundo Monetário Internacional (FMI) um empréstimo de 4,8 bilhões de dólares, considerado fundamental para restaurar a confiança na economia, que sofreu principalmente com a retirada de investimentos estrangeiros e o declínio do turismo.

Um acordo chegou a ser concluído em novembro de 2012, mas o empréstimo foi adiado devido à instabilidade política. Ele poderá ser retomado uma vez que o novo Parlamento assuma o poder, em julho.

O empréstimo necessita "de um acordo político de base entre todos os atores no Egito", assim como "um consenso econômico sobre as reformas" que devem acompanhar, indicou um membro do Departamento de Estado.

Depois de manifestações em massa e confrontos no final de 2012, os protestos em janeiro marcando o segundo aniversário da revolução transformaram-se em protestos anti-Mursi, degenerando novamente em confrontos que deixaram 60 mortos.

Além de Mansura, outros casos de violência foram registrados neste sábado em Port Said (nordeste), onde os manifestantes atearam fogo a uma delegacia de polícia. As duas cidades observam um movimento de desobediência civil para protestar contra a política de Mursi.