Washington - As iniciativas estratégicas do Irã na América Latina não parecem ter muito êxito, declarou nesta quinta-feira (28/2) a vice-secretária de Estado adjunta para a região, Roberta Jacobson, que prepara um relatório que deverá ser entregue ao Congresso americano em junho.
"Há muitos acordos diplomáticos e atividades que o Irã firmou na região, muitos dos quais, tenho que dizer, não parecem estar dando frutos", declarou Jacobson ao subcomitê para a América Latina da Câmara de Representantes.
Parte da estratégia para equilibrá-las "é trabalhar com outros países na região para analisar as ameaças, saber se podemos compartilhar informação, algo que nem sempre é possível, mas também que entendam qual é a nossa posição", explicou, respondendo à pergunta de um congressista. "Alguns países se preocupam em não contar com a mesma informação que nós", acrescentou.
O Congresso aprovou no final de 2012 uma lei para contrabalançar a influência do Irã na América Latina, que obriga o Departamento de Estado a desenhar uma estratégia para enfrentá-la e comunicá-la até junho. Jacobson confirmou que o relatório estará pronto naquele mês.
"O mais importante é examinar toda informação a que possamos ter acesso e que possamos reagir de uma forma adequada", disse a funcionária. "Acredito que grande parte do informe será secreto", antecipou.
O Irã, submetido a sanções internacionais devido ao seu programa nuclear, abriu seis novas embaixadas na América Latina desde 2005 (atualmente são onze no total) e 17 centros culturais.
O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, tem visitado a região com assiduidade nos últimos anos. Em seu giro de janeiro de 2012 por Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador, conseguiu que aqueles países apoiassem seus planos de desenvolvimento de energia nuclear.
A audiência foi a primeira celebrada pelo novo subcomitê para a América Latina, surgido do Congresso eleito em novembro passado.
O presidente do subcomitê, o republicano Matt Salmon, prometeu concentrar as atividades legislativas na cooperação energética com a região, o livre comércio e a defesa da democracia.