Nova Délhi - Ao menos trinta pessoas morreram em Bangladesh nesta quinta-feira (28/2) em distúrbios durante manifestações contra a condenação à morte de uma personalidade islamita da oposição por crimes de guerra durante a luta pela independência travada contra o Paquistão em 1971.
Vinte e duas pessoas morreram em confrontos entre a polícia e os manifestantes depois do veredicto que condenou à forca Delwar Hossain Sayedee, vice-presidente de Jamaat e Islami, o maior partido islamita do país. A sentença foi pronunciada pelo muito polêmico "Tribunal Internacional de Crimes" de Bangladesh. "Ele foi condenado à morte, isso é uma vitória para o povo", declarou o procurador Syed Haider. O réu foi condenado por oito acusações, incluindo homicídio, estupro e conversão forçada de hindus ao Islã.
[SAIBAMAIS]De acordo com a acusação, o veredicto fará justiça às pessoas que perderam seus entes queridos por causa das milícias pró-paquistanesas, as quais pertenciam Sayedee e outros líderes do partido. O condenado protestou ante o tribunal e disse que a sentença era obra de "ateus" e manifestantes pró-governo que pedem sua execução há semanas. No centro de Daca, vários grupos comemoram a sentença. "Há 40 anos que esperávamos por isso", disse um manifestante à Somoy TV.
Jamaat e Islami convocaram uma greve geral para exigir um fim a esses tipos de julgamentos. Após o veredicto, tumultos irromperam entre manifestantes e forças de segurança que deixaram pelo menos 30 mortos, segundo a polícia. Das vítimas, pelo menos 14 foram mortas a tiros em várias cidades do norte do país.