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Castel Gandolfo será refúgio de Bento XVI durante período da conclave

Local é habitado por cerca de 9 mil pessoas e figura na lista dos mais belos vilarejos da Itália



"A demissão de Bento XVI nos pegou de surpresa, foi como um raio no meio de um céu calmo", reconhece Petrillo, que diz compreender a decisão do papa de partir imediatamente para Castel Gandolfo. "Aqui, o Papa se encontra em um ambiente familiar. Não há grandes obras de arte, nem grandes salões", explicou acompanhando jornalistas aos cômodos de recepção, de proporções modestas se comparadas à monumentalidade do Vaticano.

Os jardins, nos quais se sucedem alamedas de ciprestes e terraço estilo francês onde arbustos formam motivos de elegantes volutas e favorecem longas caminhadas. Uma oportunidade raramente aproveitada por Bento XVI: "é um homem de estudos reservado, que não gosta da vida ao ar livre", notou Saverio Petrillo. Bento XVI, acompanhado de seus dois secretários particulares e de quatro laicos consagrados que o assistem cotidianamente, deve passar a maior parte de seu tempo em seus apartamentos privados, que ocupam a ala da casa com vista para o mar.

[SAIBAMAIS]Em 2011, o Papa declarou sobre Castel Gandolfo: "aqui eu encontro tudo. Montanha, lago, e vejo até mesmo o mar (...) as pessoas são gentis". Uma placa com estas palavras elogiosas foi colocada na fachada da prefeitura logo em frente ao imponente palácio apostólico, que domina a praça principal da cidade, ornada por uma fonte.

A fachada atual da residência é de autoria de Carl Maderno, que inteveio depois que Urbano VIII decidiu, em 1626, transformar oficialmente Castel Gandolfo em casa de veraneio dos papas. Em 1773, Clemente XIV estendeu a superfície da casa incorporando a casa ao lado, do cardeal Camillo Cybo.

Em 1929, com a assinatura dos acordos de Latrão entre a Santa Sé e a Itália de Mussolini, a casa aumentou ainda mais suas dimensões graças a aquisição da Villa Barberini, que compreende as ruínas de um palacete que pertenceu ao imperador Domiciano(51-96 d.C.). Enfim, Pio XI comprou durante seu pontificado (1922-1939) novas terras para criar uma pequena produção agrícola, onde ainda hoje pastam vacas, contribuindo para a atmosfera bucólica deste reduto de paz.