O texto, lido pelo papa em diversas línguas, também expressou a gratidão pela ajuda recebida por todo o clero e pelos fiéis. Ele agradeceu a todas as pessoas que, nas últimas semanas, enviaram sinais de comoção e de fé. ;O papa pertence a todos e muitas pessoas se sentem próximas a eles;, justificou. Bento XVI ressaltou que recebe cartas dos ;grandes do mundo;, mas que recebe também muitas cartas de pessoas simples, ;que escrevem a partir do coração;. ;Essas pessoas não escrevem para príncipes, autoridades (...). Escrevem como irmão, irmãs, filhos e filhas. Pode se tocar com a mão o que é a Igreja;, destacou.
Ouvido com atenção pelos fiéis, o pontífice revelou que deu o passo da renúncia ;com profunda serenidade de espírito;, e que a decisão tomada foi a mais correta, não para o bem dele, mas para o bem da Igreja. ;Sou consciente da gravidade e novidade de minha renúncia. (...) Amar a Igreja também significa a coragem de fazer escolhas difíceis;. Disse que em oito anos viveu momentos de alegria e também momentos difíceis, mas ressaltou que a caminhada foi acompanhada por todo o clero. ;Um papa não está sozinho na condução da barca de Pedro". Terminou o discurso dizendo que continuará acompanhando o caminho da Igreja com o coração e com orações. ;Peço que me lembrem diante de Deus e que orem pelos cardeais, chamados a uma tarefa tão relevante, e pelo sucessor do apóstolo Pedro;. Em seguida, o papa foi fortemente aplaudido pelo público e pelos cardeais, que aparentavam grande emoção.
Nesta quinta-feira (28/2), Bento XVI se encontrará com cardeais, muitos dos quais apontados como possíveis sucessores. Às 17h (13h de Brasília), ele deixará o Vaticano e voará em um helicóptero para a casa de verão da Santa Sé, uma viagem de cerca de 15 minutos. Lá, aparecerá na janela para saudar a população local, no que deve ser sua última aparição em público.
O alemão Joseph Ratzinger, seu nome civil, de 85 anos, causou espanto ao anunciar a renúncia, em 11 de fevereiro, alegando falta de "forças para seguir adiante de uma igreja de 1,2 bilhão de fiéis, que enfrentou umas série de escândalos nos últimos anos.