O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta terça-feira ao seu colega egípcio, Mohamed Mursi, que ele é o "responsável pela proteção dos princípios democráticos" em seu país, durante conversa telefônica em pleno "diálogo nacional" boicotado pela oposição, anunciou a presidência americana.
"O presidente Obama falou com o presidente Mursi para reafirmar o sólido apoio dos Estados Unidos aos egípcios, em um momento que continua sua transição em direção à democracia", apontou a Casa Branca em um comunicado.
Durante a conversa, Obama "saudou o compromisso do presidente Mursi ao atuar como presidente de todos os egípcios, e insistiu no fato de que Mursi é o responsável pela proteção dos princípios democráticos pelos quais os egípcios tanto lutaram".
O secretário de Estado americano, John Kerry, deve viajar no dia 2 de março ao Egito, onde "se reunirá com autoridades do governo e representantes da oposição e insistirá na necessidade de que todos os egípcios cooperem para construir sua democracia", indicou a Casa Branca.
A ligação telefônica de Obama ocorreu no mesmo dia em que Mursi, que surgiu do seio da organização islâmica Irmandade Muçulmana, participou do "diálogo nacional" sobre as próximas eleições parlamentares, convocado pelo governo mas boicotado pela coalizão da oposição.
A Frente de Salvação Nacional (FSN), uma coalizão de partidos majoritariamente de esquerda e liberais, também anunciou que boicotará as eleições legislativas, que devem ser realizadas ao longo de dois meses a partir do 22 de abril, ao estimar que não existe garantia alguma de transparência.
A coalizão, que acusa a Irmandade Muçulmana de pretender "dominar" todas as instituições do Estado, aspira que suas principais demandas, entre elas a formação de um governo de "salvação nacional", sejam atendidas antes de um diálogo.