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Filha de ex-ditador, primeira mulher assume presidência da Coreia do Sul

Entre os desafios, Park Geun-Hye terá que enfrentar relações com a Coreia do Norte, além dos desafios da desaceleração do crescimento e do aumento dos custos de vida

Seul - Park Geun-Hye se tornou a primeira mulher a assumir a presidência da Coreia do Sul nesta segunda-feira (25/2), prometendo tolerância zero em relação às provocações da Coreia do Norte e exigindo que Pyongyang "abandone suas ambições nucleares" imediatamente.



"As relações intercoreanas se tornaram tão tensas que a península Coreana é ameaçada com um conflito armado", alertou o jornal. A cerimônia de posse desta segunda-feira, que durou duas horas e meia, foi precedida por um show do rapper sul-coreano Psy, que apresentou seu hit mundial "Gangnam Style".

Além da questão da Coreia do Norte, a presidente também deverá responder aos pedidos da classe média, preocupada pela segurança econômica e pelas desigualdades sociais. Seu discurso foi dedicado principalmente à economia. A nova chefe de Estado prometeu uma democratização econômica, a criação de empregos e a extensão das ajudas sociais neste país.

Ao se referir ao milagre econômico da Coreia após a guerra, Park afirmou que seu governo construirá uma economia criativa para além dos setores manufatureiro e industrial, cimentos da riqueza nacional. "No coração da economia criativa encontram-se a ciência, a tecnologia e a tecnologia da informação, setores que apontei como prioritários", afirmou. Park assumiu o poder pouco mais de 50 anos após seu pai, um veemente anticomunista, tomar o poder em um golpe militar.

Park Chun-Hee dirigiu o país com mão de ferro até ser assassinado em 1979, e seu legado continua dividindo a nação: para alguns, foi o artífice do milagre econômico sul-coreano após a Guerra da Coreia (1950-1953), enquanto para outros foi um implacável censor das liberdades públicas.