A celebração de eleições parlamentares em abril no Egito levará o país ao "caos", adverte Mohamed ElBaradei, uma das principais figuras da oposição egípcia.
Segundo o Prêmio Nobel da Paz de 2005, que no sábado (23/2) defendeu o boicote das eleições, citou mentiras, torturas, sequestros e falta de justiça social que gangrenam a sociedade egípcia.
Nestas circunstâncias, insistir nas legislativas pode levar o país "ao caos e à instabilidade", disse à BBC.
O presidente egípcio Mohamed Morsi modificou no sábado a data para as eleições parlamentares, depois dos protestos da comunidade copta, os cristãos do Egito, cujas principais festividades aconteceriam junto com o início da votação. Agora o pleito está previsto para 22 de abril.
A votação deve eleger a câmara baixa do Parlamento, dissolvida em junho de 2012 depois de uma decisão do principal tribunal do país que cancelou as eleições anteriores.
A Irmandade Muçulmana, da qual procede o presidente Morsi, e seus aliados dominavam a assembleia anterior.
"Devemos enviar uma mensagem forte e clara às pessoas daqui e aos que estão fora do Egito: precisamos afirmar que não há democracia e que não participamos na rebelião, há dois anos, para chegar a uma reciclagem do regime de (Hosni) Mubarak", afirmou ElBaradei.