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Palestinos acusam Israel de tortura e assassinato

RAMALLAH - O prisioneiro palestino que faleceu sábado numa prisão israelense "foi torturado", afirmou neste domingo (24/2) o ministro palestino de Prisioneiros, Issa Qaraqae, após a necrópsia da qual participou um médico palestino.

Os resultados da necrópsia de Arafat Jaradat, de 30 anos, "provam que Israel o assassinou", declarou Qaraqae numa coletiva de imprensa em Ramallah, na Cisjordânia.

"A necrópsia mostrou fraturas em todo o corpo e no crânio da vítima, resultados de tortura", completou Qaraqae, citando o médico palestino que acompanhou o exame, afirmando também que a condição cardíaca de Jaradat era boa.

As autoridades israelenses atribuíram o falecimento a uma "provável" crise cardíaca.

De acordo com o Shin Bet, o serviço de segurança interior israelense que interrogava o prisioneiro, Jaradat "foi vítima de um mal-estar" e acabou falecendo sábado após o almoço na prisão de Megiddo (norte de Israel).

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Arafat Jaradat, oriundo de um vilarejo da região de Hebron (sul da Cisjordânia), foi preso em 18 de fevereiro para ser interrogado pelo Shin Bet sobre os confrontos na colônia de Kiryat Arba, perto de Hebron, que deixaram um israelense ferido em 18 de novembro de 2012.

Ele será enterrado segunda-feira, perto de Hebron.

Mais cedo, Israel pediu à Autoridade Palestina para acabar com as manifestações na Cisjordânia, organizadas em solidariedade aos 4.500 palestinos detidos pelo Estado hebreu que estão em greve de fome após a morte de Jaradat.

"Israel enviou, por seu emissário Yitzhak Molcho, um pedido à Autoridade Palestina para que acalme o território" da Cisjordânia ocupada, de acordo com um comunicado.

"Para que o não-pagamento das taxas que Israel coleta para os palestinos não sirva de desculpa à Autoridade Palestina para não acalmar o território, Netanyahu ordenou que o dinheiro referente ao mês de janeiro seja transferido", informou o texto.

Em janeiro, Israel já havia desbloqueado 100 milhões de dólares de diversas taxas e impostos que recolhe para a Autoridade palestina. O repasse foi interrompido em dezembro após a acessão da Palestina ao status de Estado Observador da ONU.

A decisão de Israel acontece num momento de intensificação das manifestações contra o país.

Outros quatro prisioneiros palestinos que estão em greve de fome há mais de um mês para protestar contra suas detenções foram encaminhados a um hospital para exames médicos, afirmou neste domingo Weizman.

A associação israelense de defesa dos direitos humanos B;Tselem exigiu "a abertura de uma investigação independente, efetiva e transparente, e que seja finalizada rapidamente".