Agência France-Presse
postado em 22/02/2013 13:28
Bruxelas - As imagens da morte de um jovem em uma pequena cela de uma delegacia belga, depois de ter sido esmagado pelo peso de vários policiais e agredido por um deles, provocaram uma comoção no país. A imprensa dedica as primeiras páginas ao tema e a ministra do Interior, Joelle Milquet, chamou de "escandaloso" o ocorrido, além de ter considerado "inaceitável" que o policial que agrediu o jovem falecido não tenha sido suspenso.Em uma longa reportagem exibida na noite de quinta-feira, o canal público VRT relatou as circunstâncias da morte de Jonathan Jacob, de 26 anos, em 6 de janeiro de 2010. O fisiculturista dependente de anfetaminas havia ficado sem a droga e pediu a uma viatura que passava pela rua que o levasse. A polícia o levou a um centro psiquiátrico, segundo o programa Panorama da VRT.
No entanto, ao chegar ao centro, o jovem se recusou a ser levado para um quarto com dispositivos especiais de segurança e ficou muito agitado. Ele acabou provocando ferimentos em um policial. Após o incidente, o centro se recusou a receber o paciente, que considerava muito violento, e os policiais levaram o jovem, que tirou a roupa, para a delegacia de Mortsel, no subúrbio da Antuérpia.
[SAIBAMAIS]No local, ele foi colocado em uma cela de isolamento de 3,5 metros quadrados. Segundo a VRT, um juiz ordenou à polícia que controlasse o jovem para que um médico administrasse uma injeção com calmante. Os funcionários chamaram a brigada de intervenção especial de polícia, cujos membros são conhecidos como "Rambos".
Seis policiais com capacetes, cassetetes e escudos lançaram uma bomba de efeito moral na pequena cela, se jogaram sobre Jonathan Jacob e o esmagaram com seu peso durante dois minutos para colocar as algemas no jovem. Um oficial deu cinco socos no jovem, antes do médico injetar um calmante, segundo as imagens das câmeras de segurança exibidas pela VRT.
Neste momento, dois policiais perceberam que o jovem havia parado de se movimentar e o médico constatou que o coração havia deixado de bater. Os esforços de reanimação fracassaram e a necropsia revelou que ele morreu em consequência de uma hemorragia interna causada pelas agressões. No início de fevereiro, a justiça belga determinou o julgamento penal do ex-diretor do centro psiquiátrico que se recusou a receber o jovem, assim como do agente que o agrediu. Este policial permaneceu na ativa.