Jerusalém - O chamado "prisioneiro x", um jovem australiano-israelense que trabalhou para a inteligência israelense e que supostamente se suicidou após ser detido secretamente por Israel em 2010, morreu enforcado no chuveiro da própria cela, indicou nesta terça-feira (15/2) um tribunal israelense.
"O falecido foi encontrado enforcado no chuveiro de sua cela com um lençol em volta do pescoço e amarrado à janela do banheiro", de acordo com a ata de uma audiência do tribunal de Rishon Letzion, perto de Tel Aviv, que deve definir o levantamento parcial do blecaute imposto sobre o caso.
[SAIBAMAIS]Ben Zygier, um advogado australiano-israelense de 34 anos recrutado pela Mossad (a agência israelense de inteligência externa), foi encontrado morto em dezembro de 2010 na prisão de Ayalon, perto de Ramleh, de acordo com a rede de televisão australiana ABC.
O tribunal emitiu um relatório sobre as causas da morte, expurgadas de duas cláusulas, considerando que a administração carcerária poderá ser responsabilizada por "negligência que causou a morte" do detido. Também cita o relatório do médico legista de 20 de dezembro de 2010 que estabeleceu a morte em 15 de dezembro de 2010, citando "escoriações menores em seu antebraço esquerdo causadas por um golpe que não contribuiu para a morte".
Um relatório subsequente revelou uma "pequena quantidade de sedativo no sangue, mas sem a presença de álcool ou de drogas". Foi o site da Australian Broadcasting Corporation (ABC) que revelou a misteriosa morte em uma prisão israelense em dezembro de 2010.
Israel confirmou que prendeu, por razões de segurança, um indivíduo com nacionalidade estrangeira e israelense que cometeu suicídio durante a detenção, mas não revelou a identidade nem as acusações contra o cidadão. Casado e pai de dois filhos, Ben Zygier, que teria morado por 10 anos em Israel antes da detenção, foi recrutado como agente pelo Mossad, o serviço de inteligência externo de Israel, segundo o canal australiano.