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ONU alerta para aumento do número de refugiados sírios desde janeiro

Levantamento estimou que, todos os dias, 5 mil pessoas cruzem a fronteira da Síria

O número de sírios que fogem do país em busca de refúgio nos países vizinhos pode chegar a 1,1 milhão nos próximos meses. Desde o início das tensões no país, há quase dois anos, mais de 850 mil sírios deixaram o território de origem. A estimativa apresentada nesta terça-feira (19/2) pela Organização das Nações Unidas (ONU) alerta para o aumento no ritmo das migrações para o Líbano, a Jordânia, a Turquia e o Iraque, que vem se intensificando desde janeiro.

[SAIBAMAIS]Um levantamento feito pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (Acnur) mostrou que o número de refugiados aumentou em 280 mil este ano. O órgão estima que, todos os dias, 5 mil pessoas cruzem a fronteira da Síria ; 36% a mais do que o registrado em dezembro do ano passado.

Apenas na Jordânia existem 340 mil refugiados sírios. Desse total, 269 mil foram oficialmente registrados e outros 50 mil aguardam o documento. No Líbano, o número de refugiados chegou a 287 mil. Os sírios já representam, segundo a ONU, 6% da população do país vizinho. Na Turquia, 182 mil refugiados sírios vivem em 17 acampamentos. No Iraque, são 92 mil refugiados.



O organismo da ONU também registrou a entrada de refugiados em alguns países do norte de África, como no Egito, onde hoje vivem 18 mil sírios. Há três meses, o número de sírios no Egito não chegava a 9 mil.

Os representantes das organizações humanitárias da ONU e não governamentais que trabalham no interior da Síria e com os refugiados nos países vizinhos vão se reunir nesta terça-feira (19), em Genebra, para estudar medidas para aumentar a ajuda às vítimas da guerra civil. As estimativas apontam a necessidade de ajuda humanitária a quase 4 milhões de sírios.

O levantamento foi publicado em um boletim do departamento de Assuntos Humanitários da ONU na manhã desta terça. Os conflitos armados na Síria começaram há quase dois anos, quando as forças militares passaram a adotar medidas de repressão para conter protestos civis pacíficos.