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Portugueses prometem mobilização permanente contra ajustes econômicos

Medidas já afetaram saúde, seguro desemprego, pensões e aposentadorias



O governo promete apresentar uma proposta de ;refundação do Estado social; até o dia 27 deste mês, quando a troika (Fundo Monetário Internacional; Banco Central Europeu e União Europeia) fará ocorrerá a sétima avaliação do programa de ajuda financeira firmado em 2011; que impôs o corte de déficit orçamentário e a redução da dívida pública. O efeito das medidas foi a recessão no país, com a queda de 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de riquezas produzidas no país ; no ano passado; e o desemprego (mais de 920 mil sem trabalho segundo estimativa oficial, ou mais de 1,4 milhão segundo a CGTP).

Os trabalhadores querem que o governo alivie a meta de déficit orçamentário e prolongue os prazos de pagamento da dívida; para que o Estado possa fazer investimentos e as empresas consigam suportar o aumento de salários - o que ativaria a economia, com mais consumo; mais faturamento das empresas; mais emprego e mais arrecadação de impostos.

O governo pondera que não é possível adotar essas medidas. Segundo Passos Coelho ;é demagogia; propor aumento de gastos quando o país tem que pagar dívidas contraídas anteriormente. Ele promete que ;o governo não exigirá mais do que aquilo que é necessário para cumprir objetivos [do programa de ajustamento];.

Para o economista João Ferreira do Amaral, professor catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão, ;os programas de ajustamento não criam condições para que a estrutura produtiva possa se recuperar para crescimento sustentável;. Segundo disse ontem na abertura do seminário Economia Portuguesa: Uma Economia com Futuro; na sede da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, Portugal sofre um processo de desindustrialização, o que explica a falta de empregos, que começaram a cair acentuadamente na década passada.

Segundo os dados que apresentou na palestra, há 15 anos a atividade industrial em Portugal equivalia a 22% do PIB do país e hoje representa apenas 13%. O economista defende que Portugal saia da zona do euro e tenha moeda própria para que possa usar a desvalorização cambial e assim baratear bens de exportação e aumentar a competitividade com outras economias.