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Comissão de Direitos Humanos da OEA tem projeto de modernização

Washington - A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) apresentou esta sexta-feira um projeto de modernização de seu funcionamento, quando a Organização dos Estados Americanos (OEA) antecipa um processo de reformas da entidade, criticado por organizações civis.

O projeto, apresentado esta sexta-feira à OEA pelo presidente da CIDH, o mexicano José de Jesús Orozco, responde detalhadamente a inquietações formuladas por vários países-membros da organização continental.

Este é "um passo mais, especialmente significativo, no processo de fortalecimento do sistema interamericano" de direitos humanos, disse Orozco.

O projeto será submetido a um processo de consultas com os países e organizações civis até 28 de fevereiro, destacou.

A OEA iniciou há quase dois anos o processo de reformas, impulsionado sobretudo por países críticos como Venezuela e Equador, e tem previsto concluí-lo em 22 de março, com uma assembleia-geral de chanceleres, em Washington, que fará recomendações.


Várias organizações não governamentais alertaram contra este processo, alegando que visa a eliminar atribuições da Comissão.

O documento da CIDH oferece maiores detalhes nos critérios para conceder medidas cautelares, um dos principais pontos de discordância, e torna uma prioridade a promoção dos direitos econômicos e sociais, respondendo a uma exigência de países como a Venezuela.

Além disso, amplia um polêmico capítulo de seu informe anual, que é uma espécie de lista negra que por anos incluiu Venezuela, Colômbia e Cuba, para fazer uma avaliação geral da região, e concede que um país deixe a lista se permitir uma visita da CIDH.

O secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, observou esta sexta-feira um clima mais "positivo" entre o organismo e a CIDH, em comparação com meses atrás, quando outros países como Brasil e Peru estavam irritados por decisões da Comissão.

A entidade "deu um passo enorme", disse Insulza. "Oitenta por cento" das observações dos países obtiveram resposta, assegurou.

A CIDH espera, após o processo de consultas, ter o documento final até 12 de março, dez dias antes da reunião de chanceleres, acrescentou Orozco.