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Palestinos protestam para apoiar prisioneiros em greve de fome em Israel

Manifestação gerou confrontos com oficiais do exército israelense. Vinte e dois ficaram feridos

Ramallah - Os palestinos da Cisjordânia realizaram nesta sexta-feira (15/2) manifestações em solidariedade aos prisioneiros que fazem greve de fome em Israel e às dezenas de feridos em confrontos pelas forças de segurança israelenses.

A marcha de protesto dos cerca de 3.000 palestinos na cidade de Ramallah resultou em violentos confrontos com o soldados nas proximidades da prisão militar de Ofer. Fontes médicas palestinas e testemunhas oculares informaram que dois manifestantes foram feridos por balas de verdade e outros 20 feridos por balas de borracha.

Um porta-voz militar confirmou que disparos de armas letais foram feitos para o alto após os soldados sentirem que estavam em "perigo imediato", por serem atingidos por pedras jogadas pelos palestinos. No posto de controle de Jalama no extremo norte da Cisjordânia, outros mil palestinos enfrentaram os soldados israelenses, com balanço de quatro feridos por armas de fogo e outros por gás lacrimogêneos, informou um correspondente da AFP. Dez pessoas foram presas.

[SAIBAMAIS]Um porta-voz do exército israelense informou que cerca 150 palestinos jogaram pedras nos soldados e confirmou a prisão dos dez palestinos. Na localidade de Issawiya em Jerusalém Oriental, também houve confrontos entre palestinos e policiais. Segundo os palestinos, uma pessoa que estava no protesto foi ferida no olho por uma bala de borracha.



Quatro palestinos permanecem em greve de fome. O representante do Quarteto para o Oriente Médio, o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair, expressou nesta sexta-feira sua preocupação com o estado de saúde degradante dos quatro prisioneiros, um deles em greve de fome há mais de 200 dias.

"Israel deve respeitar os direitos humanos de todos os prisioneiros e fornecer toda a assistência médica necessária e recurso legal de acordo com os padrões internacionais", declarou Blair. De acordo com a entidade de direitos humanos israelense B;Tselem, até o final de 2012, mais de 4.500 palestinos eram mantidos em presídios israelenses.