Um militante separatista condenado à morte por sua participação no sangrento ataque islamita ao parlamento de Nova Délhi, em dezembro de 2001, foi enforcado neste sábado, após a rejeição de seu pedido de clemência pelo presidente Pranab Mukherjee, indicou o ministro do Interior.
Mohammed Afzal Guru foi executado na prisão de Tihar, imediações de Nova Délhi, depois de ter rejeitado seu pedido de misericórdia pelo presidente indiano, Pranab Mukherjee, declarou o ministro do Interior, R. K. Singh.
Para evitar tumultos na região separatista da Caxemira, foi decretado toque de recolher em várias localidades, enquanto a maior cidade, Srinagar, foi isolada pela polícia após a execução do separatista.
Dois líderes separatistas muçulmanos da Caxemira foram detidos por medida preventiva.
Centenas de manifestantes protestaram nas proximidades da casa da família do condenado poucas horas depois de sua execução. Mais de 35 pessoas ficaram feridas nas manifestações.
Segundo habitantes das regiões rurais da Caxemira, a polícia ordenou antes do amanhecer que as pessoas permanecessem em casa.
Guru foi condenado por cumplicidade como conspirador e por ter abrigado militantes islamitas que, em 13 de dezembro de 2001, atacaram o parlamento federal com um balanço de 14 mortos, oito policiais, um jardineiro e cinco atacantes. Um jornalista ferido morreu meses depois.
Guru era membro do grupo islamita proibido Jaish-e-Mohammed, que enfrenta a administração indiana na região dividia da Caxemira, onde o conflito separatista deixou 100.000 mortos desde o início da insurreição em 1989, segundo organizações defensoras dos direitos humanos.
No ataque contra o parlamento, cinco homens armados entraram no local, matando oito policiais e um jardineiro, antes de serem mortos, o que quase provocou uma guerra entra a Índia e o Paquistão. Guru é o segundo réu a ser executado desde 2004.
O outro foi o único agressor sobrevivente dos ataques islamitas de Mumbai em 2008 (166 mortos), o paquistanês Mohammed Ajmal Kasab, em 21 de novembro.
A Anistia Internacional condenou "nos termos mais firmes" o enforcamento de Guru, temendo que abra precedente para uma tendência "preocupante" de retomada das execuções.
A organização de defesa dos direitos humanos também questionou o julgamento do militante separatista, que sempre evocou inocência.