Jornal Correio Braziliense

Mundo

Dois mortos em acidentes por causa da nevasca no nordeste dos EUA

Além das mortes, a forte tempestade paralisou os transportes e ocasionou cortes de energia, que afetam meio milhão de habitantes

Nova York - Uma forte tempestade atinge neste sábado (9/2), pelo segundo dia consecutivo, o nordeste dos Estados Unidos, provocando a morte de ao menos duas pessoas e paralisação nos transportes e cortes de energia, que afetam meio milhão de habitantes.

O fenômeno gera nevascas de 46 centímetros nos Estados de Nova York e Connecticut, interrompendo o funcionamento de aeroportos e rodovias, e deixando milhões de pessoas bloqueadas.

A queda de neve começou na sexta-feira à tarde e deve parar na tarde deste sábado nesta região dos Estados Unidos onde vive cerca de 40 milhões de pessoas. A neve está acompanhada em alguns lugares por ventos tão intensos quanto os de um furacão. Na ilha de Nantucket foram registradas rajadas de 119 km/hl.

A tempestade já deixou dois mortos. Uma jovem perdeu o controle de seu carro em uma rodovia perto de Poughkeepsie, Nova York, matando um homem de 74 anos que caminhava sobre a neve.

Em Auburn, New Hampshire, um homem morreu ao perder o controle de seu veículo e bater contra uma árvore.

Leia mais notícias de Mundo

O serviço meteorológico nacional (NWS) prognosticou até 60 centímetros de neve e possíveis ventos de 110 km/h de Nova Jersey até o Maine, na fronteira com o Canadá, em uma faixa litorânea que inclui os estados de Nova York, Connecticut, Rhode Island e Massachusetts.

As companhias aéreas suspenderam seus voos que decolariam ou aterrissariam dos três aeroportos de Nova York (JFK, La Guardia e Newark) devido à grande tempestade.

Apesar da suspensão de todos os voos, os aeroportos continuavam tecnicamente abertos, informou à AFP um porta-voz da autoridade aeroportuária.

Mais de 4.500 voos foram cancelados entre sexta-feira e sábado nos aeroportos do nordeste dos Estados Unidos, segundo o site especializado Flightaware.com.

Cerca de 1.500 cancelamentos correspondiam a voos nos três aeroportos nova-iorquinos.

Por outro lado, os trens que partiam de Nova York para Washington foram suspensos, indicou a companhia ferroviária Amtrak. Também foram suspensos os trens que circulavam entre Nova York e Boston, onde os transportes públicos foram interrompidos e escolas fechadas.

Além disso, 500.000 pessoas ficaram sem eletricidade neste sábado, sendo que 389.000 em Massachusetts, 117.000 em Rhode Island e 35.000 em Connecticut.

Cinco estados declararam estado de emergência, que permite uma maior flexibilidade na hora de movimentar recursos locais: Massachusetts, Rhode Island, Connecticut, Nova York e Maine.

Em uma decisão controvertida, o governador de Massachusetts, Deval Patrick, proibiu por tempo indeterminado a circulação de automóveis para facilitar as operações de socorro e limpeza da neve. Em Connecticut e Rhode Island, a circulação também foi proibida, mas apenas nas rodovias.

Em Nova York, onde a neve caiu continuamente na tarde e noite de sexta, os serviços meteorológicos anunciaram possíveis acúmulos e 25 a 35 cm.

Em alguns supermercados já há falta de produtos básicos, e longas filas se formavam diante dos postos de gasolina.

O prefeito Michael Bloomberg, criticado por sua lenta resposta a outra tempestade similar em 2010, recomendou aos nova-iorquinos que estoquem produtos de primeira necessidade e fez referência a possíveis cortes de energia.

Pediu que a população não entre em pânico por causa de uma possível falta de gasolina, já que as reservas são suficientes e isso não deve ocorrer.

A Fashion Week, que está em seu apogeu, manteve os desfiles, mas por não ter recebido alguns acessórios, o estilista Marc Jacobs adiou seu desfile até quinta-feira.

De Nova Jersey até o Maine, na fronteira com o Canadá, as autoridades reuniram toneladas de sal, organizaram centros de distribuição e multiplicaram os pedidos de prudência.

A tempestade também paralisou os transportes aéreos em várias cidades canadeneses.