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Comoção na África do Sul por estupro e assassinato de adolescente

A porta-voz dos serviços provinciais de Saúde, Faiza Steyn, limitou-se a descrever os ferimentos como "horríveis"

Joanesburgo - O recente e a atroz mutilação de uma adolescente que faleceu no sábado pouco depois da agressão sofrida em uma pequena localidade sul-africana desencadeou nesta quinta-feira uma onda de protestos neste país onde incidentes sórdidos são comuns.



Anene Booysen, de 17 anos, foi abandonada estripada em Bredasdorp (sudeste) no sábado passado, e faleceu depois de chegar ao hospital. Segundo todos os indícios, foi estuprada por um grupo de homens. Nesta quinta-feira (7/2), a polícia informou que a investigação ainda está em andamento. A vítima pôde ver um de seus agressores antes de falecer. Dois suspeitos foram detidos.

"Primeiro a estupraram, depois arrancaram suas tripas até as pernas. Quebraram as duas pernas e todo o seu interior (...) estava fora, seus intestinos, seus pulmões, tudo", declarou Pauline Harmse, a tia da adolescente, reproduzindo as palavras de sua cunhada, a mãe da vítima.

Um dos supostos agressores era um amigo da jovem e conhecido da família, disse. Segundo uma jornalista da rádio pública SAfm, que falou com a mãe de Anene Booysen, a jovem estava tão mutilada que não a teria reconhecido sem seus sapatos.

"Quebraram todos os seus dedos, quebraram suas pernas, cortaram o estômago, era possível ver seus intestinos... também cortaram sua garganta", disse a mãe.

A porta-voz dos serviços provinciais de Saúde, Faiza Steyn, limitou-se a descrever os ferimentos como "horríveis". Este caso comoveu a África do Sul, onde, no entanto, as histórias de violência sexual enchem diariamente as páginas dos jornais.

"Toda a nação está indignada por este estupro extremo e pela destruição de uma jovem vida humana", reagiu o presidente Jacob Zuma em um comunicado nesta quinta-feira.

"Este ato é chocante, cruel e profundamente desumano. Não tem espaço no nosso país", disse, e apelou para que todos os tribunais pronunciem as penas mais pesadas possíveis contra os autores de estupros. As estatísticas oficiais mostram que no último ano 65 mil crimes sexuais foram cometidos na África do Sul.