Após vários meses de interrupção, o Grupo 5%2b1 e o Irã entraram em um acordo na terça-feira para retomar as negociações em 26 de fevereiro no Cazaquistão. Londres assegurou que os ocidentais apresentarão em Almaty "uma nova oferta credível" a Teerã. Diversos países ocidentais suspeitam que o Irã tenta fabricar uma arma atômica sob a fachada de um programa nuclear civil, uma possibilidade que o governo de Teerã nega.
O Irã exige que os ocidentais reconheçam seu direito de enriquecer urânio, já que é signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), e que retire as sanções políticas e econômicas impostas pela ONU, Washington e União Europeia. As sanções, que mergulharam o país em uma grave crise econômica, afetam principalmente as exportações de petróleo, vital para economia iraniana, e o repatriamento dos petrodólares.
O último ciclo de negociações aconteceu em Moscou em junho de 2012 e, assim como os anteriores, não registrou progressos sobre o tema do polêmico programa iraniano de enriquecimento de urânio. O Irã, em todas as ocasiões, se recusou a suspender o enriquecimento de urânio a 20% e exportar seus estoques de urânico já enriquecido, afirmando que esses estoques e a tecnologia acumulada por Teerã não lhe permite produzir urânio enriquecido a mais de 90%, o necessário para a fabricação de armas atômicas.
Paralelamente, o Irã negocia com a Agência Internacional para a Energia Atômica (AIEA). Os especialistas da agência da ONU devem retornar a Teerã no dia 13 de fevereiro para tentar chegar a um acordo, para que consiga investigar livremente a finalidade do programa nuclear iraniano.