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França espera que operação de paz da ONU no Mali comece em abril

Convocação das Forças de Manutenção de Paz das Nações Unidas precisa contar também com aval das autoridades malinenses, que já fizeram objeções

Paris - O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, afirmou nesta quarta-feira (6/2) que a França trabalha para a instauração de uma operação de manutenção de paz da ONU em abril.

"Muitos de nossos especialistas e colaboradores trabalham com esta perspectiva para o mês de abril", disse Fabius à imprensa anglo-americana. Ele foi consultado sobre a possibilidade de transformar as tropas africanas da Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma) em capacetes azuis das Nações Unidas.

"Isso não quer dizer que teremos uma mudança na organização, a operação simplesmente será conduzida sob a tutela geral da ONU", disse o chanceler francês.

"A partir do momento em que a segurança for garantida, podemos vislumbrar que isso seja feito por meio de uma operação de paz, sem mudar suas estruturas. A vantagem é estar sob responsabilidade das Nações Unidas, com o financiamento das Nações Unidas além de contar com estruturas bem conhecidas que funcionaram em muitos outros lugares", considerou o ministro.



O embaixador francês nas Nações Unidas, em Nova York, Gérard Araud, disse, ao sair de reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança sobre a crise no Mali, que são necessárias "várias semanas" antes de avaliar se os militares franceses que estão no país desde 11 de janeiro podem fazer a transição para uma força de paz.

A convocação das Forças de Manutenção de Paz das Nações Unidas precisa contar também com o aval das autoridades malinenses, que já fizeram objeções, apontou Araud.

Em Nova York, a França também insistiu na necessidade de instalar observadores de direitos humanos nas zonas tomadas dos islamitas que ocupavam o norte do país. Organizações como a Human Rights Watch acusam não só os islamitas, mas também as forças governamentais malinenses por terem cometido atos de crueldade.