Damasco - O Exército sírio anunciou nesta quarta-feira (30/1) à noite que a aviação israelense havia "bombardeado diretamente" no início da manhã um centro militar de pesquisas situado entre Damasco e a fronteira libanesa. "Um avião de combate israelense violou nosso espaço aéreo ao amanhecer e bombardeou diretamente um centro de pesquisas para aperfeiçoamento da resistência e da autodefesa na região de Jomrayah, na província de Damasco", afirmou o Exército em um comunicado divulgado pela agência oficial Sana.
[SAIBAMAIS]O Exército indicou dois funcionários mortos e cinco feridos neste centro, que ficou "parcialmente destruído". "Israel coopera com os países hostis ao povo sírio e com seus aliados no interior (da Síria) para atacar locais vitais e militares do Estado sírio na tentativa de enfraquecer sua atuação de apoio à resistência", acusa o governo no comunicado.
O Exército acrescenta "que grupos terroristas tentaram em vão em diversas oportunidades nos últimos meses entrar e tomar o local". O regime identifica os rebeldes como terroristas armados e financiados no exterior. Este ataque prova "a todos que Israel é o motor, o beneficiário e, talvez, o autor dos atos terroristas contra a Síria e seu povo resistente, em coordenação com os países que apoiam o terrorismo, liderados pela Turquia e pelo Qatar", acrescenta o Exército.
O comunicado explica também que "os aviões de combate israelenses penetraram (na Síria) voando a uma altitude superior à detectada pelos radares". Moradores das imediações de Damasco haviam dito anteriormente à AFP que mísseis tinham atingido na terça, por volta das 23h30 (19h30 de Brasília), um centro de pesquisas de armas não convencionais.
Segundo eles, o centro localizado em Al-Hameh, cerca de quinze quilômetros a noroeste de Damasco, foi atingido por seis mísseis que o destruíram parcialmente, causando um incêndio e deixando pelo menos dois mortos. Um vídeo divulgado na internet por militantes contrários ao regime da região mostra explosões ocorridas à noite.
Procurado pela AFP, uma porta-voz do Exército israelense se negou a fazer comentários. O Exército sírio nega essas informações em seu comunicado, afirmando que nenhum comboio foi atingido e que Israel é culpado de uma "agressão contra a soberania síria" que "não enfraquecerá a resistência".
O Exército libanês indicou o sobrevoo particularmente intenso de seu território, afirmando que 16 aviões de combate israelenses haviam entrado no espaço aéreo libanês durante a terça-feira (29/1). O Exército israelense deslocou no domingo duas baterias do sistema antimísseis Cúpula de ferro para o norte do país para uma eventual ação militar contra alvos na Síria e no Líbano.
Em Washington, a Casa Branca e o Departamento de Estado se recusaram a comentar a ação israelense. O chefe do serviço de inteligência militar israelense, general Aviv Kochavi, está em Washington, onde se reuniu com o oficial americano de mais alta patente, o general Martin Dempsey, indicaram à AFP duas autoridades americanas da Defesa.