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Presidente chileno encerra cúpula Celac-UE com chamado para 'unir forças'

Santiago - O presidente chileno, Sebastián Piñera, encerrou neste domingo a primeira reunião de cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE), em Santiago, e pediu uma união de forças para um futuro promissor de intercâmbios entre os dois continentes.

A cúpula, sétimo encontro entre as regiões desde 1999, reuniu por dois dias representantes de 60 países, e foi marcada pela pior crise da UE desde a sua fundação, que já dura cinco anos.

Segundo Piñera, "a nova aliança estratégica" entre a Celac e a UE não beneficia apenas um dos lados. "Se metade do mundo está em recessão, a outra parte não poderá dar os passos para o seu desenvolvimento", disse.

"Unir forças" foi um dos motivos da convocação desta cúpula, assinalou Piñera, mostrando-se otimista em relação à superação da crise pela Europa.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, destacou que a Declaração de Santiago estabelece tanto "a segurança jurídica, importante para os investidores, quanto a qualidade dos investimentos, importante para os receptores", ao citar um dos pontos polêmicos, após as expropriações realizadas nos últimos anos pelos governos da Argentina, Bolívia e Venezuela.



"A América Latina é um parceiro econômico-chave para a União Europeia. Precisamos de mais e melhor comércio, e evitar o protecionismo", assinalou o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy.

Antes, van Rompuy ofereceu as condolências europeias pela tragédia ocorrida no Sul do Brasil, onde um incêndio em uma boate deixou mais de 230 mortos. Neste sentido, Piñera pediu aos líderes que se levantassem para fazer um minuto de silêncio, durante a cerimônia de encerramento da cúpula.

Já Barroso reafirmou a importância do combate ao narcotráfico, e destacou que "30% da cooperação europeia na região se destinam à luta contra o tráfico de drogas". "Nós nos comprometemos a manter a cooperação, para enfrentar esta ameaça", garantiu.

"Não há nenhum continente mais próximo da Europa em valores do que a América Latina", afirmou Barroso, assinalando que "estas são as duas regiões do mundo onde existe mais democracia".