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Ativista Ai Weiwei publica investigação sobre morte suspeita na China

O documentário, de uma hora e 42 minutos de duração, está disponível no Youtube e foi republicado em vários sites chineses

Pequim - O artista e ativista chinês Ai Weiwei postou na internet uma exaustiva investigação em vídeo sobre a polêmica morte do líder de uma localidade que teve desentendimentos com as autoridades, um possível assassinato que chocou o país. "Realizar este filme levou dois anos. Eu mesmo fiz as entrevistas e minha equipe de filmagem viajou para esta localidade", declarou nesta sexta-feira à AFP o artista dissidente.

O documentário, de uma hora e 42 minutos de duração, está disponível no Youtube (censurado na China) no seguinte endereço: http://www.youtube.com/watch?v=pE01QjhPcSY=youtu.be. Qian Yunhui, respeitado chefe do comitê da localidade de Zhaiqiao (China Oriental), foi atropelado por um caminhão no Natal de 2010. As fotos de seu corpo destroçado, preso sob a roda dianteira esquerda do veículo, foram publicadas em vários sites chineses.



A versão oficial do acidente foi imediatamente rechaçada por pessoas próximas, convencidas de que o líder local foi assassinado por seu combate contra a uma série de desapropriações forçadas. O caso chamou a atenção da sociedade chinesa com todos os polêmicos ingredientes: trabalhadores do campo expulsos de suas terras, policiais acusados de manipulações, internautas mobilizados e censura nos meios de comunicação oficiais.

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A dimensão dramática do caso foi amplificada por um fato inusitado, a vítima levava consigo um relógio-câmera de vídeo que registrou os últimos momentos de sua vida. Qian havia sido preso três vezes desde 2005 por ter exigido em nome dos camponeses indenizações pelas expropriações para a construção de uma central elétrica. O homem chegou a ser ameaçado, ao ponto de não dormir duas noites seguidas em sua casa nos dias anteriores a sua morte.

Apesar de não chegar a nenhuma conclusão, a investigação de Ai Weiwei revela todas as lacunas, as questões obscuras, o desaparecimento de testemunhas e a retenção das provas relacionadas a morte de Qian Yunhui. "É impossível tomar uma posição, já que na China não existe verdade", assegura Ai Weiwei. "Não sabemos como Qian morreu", acrescentou.