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Rússia ameaça retaliar se Cazaquistão restringir lançamentos em Baikonur

Moscou alertou o Cazaquistão que pode se retirar de projetos conjuntos se Astana insistir em restringir os lançamentos de satélites

Moscou alertou o Cazaquistão que pode se retirar de projetos conjuntos se Astana insistir em restringir os lançamentos de satélites a partir do cosmódromo de Baikonur, situado em território cazaque, mas arrendado pela Rússia, noticiou esta quinta-feira o jornal Izvestia.

O diário russo, conhecido por ter ligações com o Kremlin, publicou o texto de uma nota diplomática da Rússia um dia antes de uma reunião planejada entre o chanceler russo, Sergei Lavrov, e seu colega cazaque, Yerlan Idrisov, em Moscou.

"Na situação atual, a Rússia será forçada a reavaliar sua posição no uso da cooperação bilateral continuada em projetos conjuntos", destacou o Izvestia, citando o chanceler russo, listando projetos espaciais conjuntos.


Um porta-voz do ministério cazaque das Relações Exteriores disse à agência de notícias Interfax que a nota era datada de 18 de janeiro.

O Cazaquistão restringiu o número de lançamentos comerciais permitidos à Rússia em uma disputa pela área de queda dos destroços dos lançamentos.

Para 2013, liberou 12 lançamentos de foguetes Proton-M, dois a menos que no ano passado.

Fontes da agência espacial russa Roscosmos informaram ao jornal Izvestia que as restrições significam a suspensão de cinco contratos e a devolução de US$ 500 milhões aos clientes.

O porta-voz da Roscosmos, Alexei Kuznetsov, confirmou à AFP que o Cazaquistão reduziu a 12 o número de lançamentos planejados dos foguetes Proton-M para 2013, contra os 17 solicitados pela Rússia.

O país arrenda o cosmódromo de Baikonur do antigo território soviético do Cazaquistão, usando o complexo situado no meio das estepes para lançamentos militares e comerciais e transportar astronautas para a Estação Espacial Internacional (ISS).

Não há qualquer sugestão que a disputa possa afetar os lançamentos à ISS.