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Associação gay promove baile em comemoração à posse de Obama

Festa promovida pela principal associação de defesa dos direitos homossexuais nos EUA ocorreu em homenagem a Barack Obama



Este foi o caso de Jerri Berc, de 64 anos. Atualmente aposentada, ela casou-se com Roni Posner em 2002, em Washington, porém as duas mulheres foram viver em Delaware, onde uniões civis já eram legalizadas.

O governo federal não reconhece seu casamento, o que representa um problema na hora de resolver questões de herança e pensão.

Jerri ficou comovida ao ouvir as palavras do discurso de posse do presidente.

"Foi um momento de comoção para mim", destacou. "Saber que o presidente dos Estados Unidos coloca os direitos homossexuais em primeiro plano", comentou.

"Sempre senti que ele era solidário, mas colocar o tema no centro da mesa dos direitos civis foi histórico e extremamente comovente", ressaltou Jerri. "Isso ajudará a reconhecer nosso casamento e assim poderemos compartilhar nossos benefícios de saúde".

Em seu discurso, Obama declarou: "Nossa missão não estará completa até que nossos irmãos e irmãs gays sejam tratados como qualquer um sob a lei".

Obama fez um paralelo entre as inúmeras lutas pelos direitos cívicos na história americana -- como o das mulheres no marco da convenção de Seneca Falls em 1848, a batalha pelos direitos civis em Selma, Alabama e finalmente no caso de Stonewall, em junho de 1969, quando militantes do movimento homossexual realizaram um protesto que foi violentamente reprimido.

Roni Posner, a companheira de Jerri Berc, relembrou que, no período da escola, era inconcebível assumir abertamente a sua homossexualidade.

"O presidente Obama entende que chegou nossa hora. Ele trouxe este assunto à tona hoje e se posicionou sobre esta mudança", salientou.

Mas, além de palavras, que mudanças efetivamente estão sendo realizadas?

No final de março, a Suprema Corte irá analisar a constitucionalidade das leis de estado que proíbem o casamento gay.

O presidente da Campanha de Direitos Humanos (HRC), Chad Griffin, disse à AFP esperar que a Casa Branca decida usar de toda sua influência ante a Corte na defesa dos argumentos a favor do direito constitucional ao casamento entre pessoas de mesmo sexo.

Outra fonte de preocupação do movimento gay é o status dos cônjuges de militares. As forças armadas não garantem os mesmos direitos das esposas de casais heterossexuais porque a lei federal proíbe o reconhecimento do casamento gay pelo governo federal.

"A política do ;Não pergunte, não fale; foi revogada. Mas ainda assim, gays e lésbicas continuam sendo discriminados todo dia, neste momento não há direitos iguais", destacou Griffin.

"É algo em que o Pentágono poderia avançar e é minha esperança que (o secretário americano de Defesa Leon) Panetta também o faça antes de deixar o cargo".

Durante seu primeiro mandato, Obama abandonou seu apoio à política do ;Não pergunte, não fale; posta em prática durante a administração do presidente Bill Clinton.

Esta política desencorajou gays que serviam na carreira militar a revelar sua orientação sexual sob o risco de serem expulsos.

Griffin descreveu o discurso do presidente como "inacreditável" e "comovente", acrescentando que tinha profundas implicações políticas.