O governo da Argélia cumpriu a promessa de não negociar com terroristas. Na tentativa de colocar um ponto final na crise que envolveu o sequestro de 41 estrangeiros, o Exército argelino bombardeou o complexo de exploração de gás, perto da cidade de In Amenas, no sudeste do país, onde centenas de reféns eram mantidos desde a manhã de quarta-feira. A resposta aos rebeldes islâmicos, integrantes dos ;Signatários de Sangue; ; uma facção da rede Al-Qaeda ; terminou com a morte de diversos reféns mortos. Uma fonte islâmica citada pela agência mauritana Nouakchott Information (ANI) declarou que 34 morreram, além de 15 rebeldes.
Histórico de operações de resgate sangrentas
O sequestro em um complexo de gás da Argélia, em que, segundo a imprensa, morreram mais de 40 pessoas, faz parte de uma longa lista de operações semelhantes, espetaculares e sangrentas, com motivações diversas
16 de janeiro de 2013
Centenas de pessoas foram sequestradas por combatentes ligados à rede Al-Qaeda no complexo de gás de In Amenas, no Saara argelino. Uma operação do Exército argelino contra os agressores ocorreu nesta quinta-feira, e, segundo a imprensa, deixou mais de 40 mortos. Os sequestradores pediam o fim da intervenção francesa no Mali.
26-29 de novembro de 2008
93 turistas estrangeiros foram mantidos reféns por 36 horas em um hotel por um comando islâmico, dentro de uma série de ataques coordenados na cidade indiana de Mumbai, que durou dois dias, e em que morreram 166 pessoas, 30 delas estrangeiros.
1;-3 de setembro de 2004
Na escola de Beslan (Ossétia do Norte, Rússia), um comando checheno sequestrou 1,2 mil pessoas, entre alunos, pais e professores. A invasão das forças russas terminou com 331 mortos, entre eles 186 crianças, e 400 feridos.
Fevereiro-março de 2003
No Saara argelino, 32 turistas europeus foram sequestrados por um grupo islamita. Um refém alemão morreu de insolação. Os demais foram libertados em maio, numa operação do Exército argelino, e em agosto, no Mali, em troca de um resgate que teria sido pago pela Alemanha, mas que nunca foi confirmado.
23-26 de outubro de 2002
Em Moscou, mais de 800 pessoas foram mantidas reféns por 57 horas em um teatro, por um comando checheno. Na invasão do Exército russo, 130 reféns e os integrantes do comando morreram.
Maio de 2000
Em Serra Leoa, 500 capacetes azuis da ONU foram sequestrados pela guerrilha da Frente Revolucionária Unida. Os últimos capacetes azuis, cercados pelos rebeldes por mais de dois meses, foram libertados em julho, após uma operação da ONU com apoio aéreo britânico.
17 de dezembro de 1996
Na residência do embaixador do Japão em Lima, 700 pessoas foram sequestradas por guerrilheiros do Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA). Em 22 de abril, após 126 dias de sequestro, e quando restavam 72 reféns, ocorreu a invasão. Os 14 membros do comando, um refém e dois militares morreram na operação.
6-7 de novembro de 1985
Em Bogotá, 400 pessoas foram sequestradas no Palácio de Justiça por um comando do M19. Cem pessoas morreram na invasão das forças militares e de policiais, ocorrida no dia seguinte.
4 de novembro de 1979
Em Teerã, 52 americanos foram sequestrados na embaixada americana por 400 estudantes islâmicos que exigiam a extradição do xá do Irã, que estava em Nova York. A libertação ocorreu 444 dias depois.
5-6 de setembro de 1972
Nos Jogos Olímpicos de Munique, 11 membros da delegação israelense morreram em um sequestro na Vila Olímpica realizado por um comando do grupo palestino Setembro Negro. O comando matou dois deles, e outros nove morreram em um tiroteio iniciado pela polícia alemã em um aeródromo militar a partir do qual o comando partiria com os reféns. Os membros do comando, um policial alemão e um piloto de helicóptero morreram no combate.