Londres - A produção de gás do campo de exploração na Argélia, onde trabalhadores foram feitos reféns, representa 18% das exportações do país, apesar disso, mesmo com uma redução prolongada da distribuição, terá um impacto limitado sobre o mercado e o abastecimento de gás na Europa, segundo analistas.
Enquanto o complexo de In Amenas, no sudeste da Argélia, é palco desde quarta-feira de um ataque por um grupo islamita armado, o fluxo de gás da Argélia para a Itália foi nesta quinta-feira 17% menor do que o nível habitual, segundo o grupo italiano que transporta o gás, Snam.
O fluxo de gás transportado pelo gasoduto Transmed foi de 62 milhões de metros cúbicos, em vez de 75,2 milhões de metros cúbicos normalmente, de acordo com a Snam.
De fato, a produção de gás do complexo de In Amenas "representa cerca de 9 bilhões de metros cúbicos por ano, o que corresponde a 12% do gás argelino e 18% das exportações de gás do país", apontou Thierry Bros, analista da Société Générale.
Segundo ele, o valor de mercado da produção anual pode ser estimada em 3,9 bilhões de dólares.
A Argélia é o terceiro maior fornecedor de gás da União Europeia (UE), atrás da Rússia e da Noruega, e a produção do campo afetado é equivalente a apenas 2% da demanda europeia.
Assim, em caso de uma interrupção prolongada do fornecimento argelino "a Europa vai se voltar para a Rússia", e, "como fez durante a guerra na Líbia, (a gigante russa) Gazprom deverá satisfazer a demanda", considerou Thierry Bros.
Nestas condições, "não haverá um grande impacto sobre os preços do gás, mesmo que o mercado esteja monitorando de perto a situação", resumiu Trevor Sikorksi, da Barclays Capital.