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Agência Anticorrupção paquistanesa diz não poder prender primeiro-ministro

O premiê Raja Ashraf é acusado de receber subornos na concessão de contratos ilegais de fornecimento de energia elétrica

Islamabad - A Agência Anticorrupção paquistanesa afirmou nesta quinta-feira (17/1) não ter provas suficientes para deter o primeiro-ministro Raja Pervez Ashraf por corrupção, como solicitou o Tribunal Supremo.

Este último, a mais alta jurisdição do país, ordenou na terça-feira (15/1) a detenção de 16 pessoas, entre elas Ashraf, acusadas de terem recebido subornos na concessão de contratos ilegais de fornecimento de energia elétrica assinados pelo governo. Nesta quinta-feira, durante uma audiência perante o Tribunal Supremo, Fasih Bujari, chefe da Agência Anticorrupção (NAB), defendeu que o processo contra os 16 acusados não estava documentado de forma suficiente para justificar sua prisão.

[SAIBAMAIS]"Os processos não estão prontos. Encontrar provas que possam ser apresentadas perante o Tribunal leva tempo", disse. O presidente do Tribunal Supremo, Iftijar Chodhry, pediu às autoridades da NAB que busquem todos os arquivos deste caso. A audiência estava programada para continuar após esta interrupção. O tribunal trava há anos uma disputa com o governo dirigido pelo Partido do Povo do Paquistão (PPP) do presidente Asif Ali Zardari.



O pedido de detenção do primeiro-ministro ocorreu num momento em que milhares de pessoas protestam desde segunda-feira contra o poder no centro de Islamabad, a capital, respondendo ao apelo do líder religioso Tahir ul-Qadri, que denuncia a corrupção das elites e exige reformas imediatas diante da aproximação das eleições previstas para a primavera (no hemisfério norte). Estas manifestações prosseguiam nesta quinta-feira. Na véspera, Tahir ul-Qadri solicitou aos partidos de oposição que se unissem a ele nas ruas, mas estes últimos não responderam ao seu chamado.

Nesta quinta-feira, Tahir ul-Qadri anunciou que o protesto, que se concentrou em frente ao Parlamento em Islamabad, iria acabar nesta quinta-feira. Em meio a uma forte chuva que atingia a região e que tornava ainda mais difícil a situação dos simpatizantes acampados, Qadri deu ao governo o prazo de 10h GMT (8h de Brasília) para negociar suas demandas de reformas, depois do qual, segundo ele, seriam anunciadas novas ações.

"A situação não me permite colocar todas as pessoas, jovens, crianças, mulheres, em outro teste. Dou ao governo, dou aos governantes um prazo de uma hora e meia. Este prazo irá terminar às 15h locais. Então vamos anunciar nossa próxima ação", disse. "Hoje é o último dia deste protesto. Amanhã não haverá esse protesto. Temos que terminar isso hoje", completou.