Santiago - A LAN Chile anunciou na noite de quarta-feira (17/1) que suspendeu temporariamente a operação dos três Boeing 787 que possui, seguindo a recomendação da Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos e as decisões de Índia e Japão.
"A LAN informa que, de acordo com a recomendação da Federal Aviation Administration dos Estados Unidos (FAA) e em coordenação com a Direção Geral de Aeronáutica Civil do Chile (DGAC), suspenderá temporariamente a operação de seus três aviões Boeing 787 até que a autoridade defina as ações exigidas para esta frota", disse a companhia em um comunicado.
"Aqueles voos realizados pela frota Boeing 787 serão operados por outros aviões da companhia, com o objetivo de mitigar o impacto que esta situação possa ocasionar aos passageiros e clientes de carga durante a alta temporada", acrescentou a empresa. Anteriormente, a LAN, que se fundiu com a brasileira TAM, havia dito que mantinha em operação os três aviões Boeing 787, embora nas últimas semanas o modelo tenha reportado incidentes em outras companhias aéreas, que, por fim, decidiram manter estas aeronaves em terra.
No comunicado, a empresa afirmou que seus três aviões deste modelo, o primeiro dos quais chegou em agosto de 2012, mantinham revisões constantes. Na quarta-feira, as autoridades aéreas indianas imobilizaram os Boeings 787 da Air Indiada em Boston após a decisão das autoridades americanas de deixar em terra os seis aviões deste tipo registrados nos Estados Unidos.
[SAIBAMAIS]"Como resultado do incidente com um Boeing 787 durante um voo nesta quarta-feira no Japão, a FAA emite uma determinação de emergência para resolver um potencial risco de incêndio em uma das baterias do 787 e solicita aos operadores que suspendam temporariamente as operações", disseram os reguladores da FAA em um comunicado.
A United Airlines, a maior companhia aérea do mundo e a única nos Estados Unidos que conta com Boeing 787, com seis aeronaves em serviço, afirmou que obedecerá imediatamente às ordens da FAA e acomodará seus clientes em outros voos. No entanto, o presidente da Boeing, Jim McNerney, afirmou na quarta-feira estar confiante na segurança do 787 Dreamliner de seu grupo. Desde 7 de janeiro, as companhias aéreas japonesas ANA e JAL - as primeiras a utilizar o Boeing 787 - registraram sete incidentes.
Entre os problemas apresentados, figura, sobretudo, uma dificuldade com os freios, uma janela da cabine defeituosa em pleno voo e um vazamento de óleo nas aeronaves da ANA, assim como dois vazamentos constatados em um avião da JAL e um princípio de incêndio devido a uma bateria em um Dreamliner da mesma companhia pouco depois do pouso.
Os aviões Boeing 787 da LAN operavam nas rotas entre Buenos Aires e Santiago, Santiago e Lima e Santiago e Los Angeles. A LAN previa adquirir 32 aviões Boeing 787 nos próximos 10 anos em um investimento de 4,9 bilhões de dólares, um dos mais importantes realizados pela companhia, diante de sua recente fusão e do aumento progressivo do tráfego aéreo no Chile.