Já o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) informou que 24 pessoas tinham sido mortas, soldados em sua maioria, na explosão de três carros-bomba conduzidos por suicidas, que tinham como alvos veículos militares perto da sede dos serviços de segurança política, no cruzamento de Motlaq, em Idleb.
[SAIBAMAIS]De acordo com o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, "após a tomada da base de Taftanaz (no dia 11 de janeiro), Idleb é o próximo objetivo dos rebeldes".
Na terça-feira, 87 pessoas morreram e 150 ficaram feridas, segundo o OSDH, na Universidade de Aleppo (norte) em bombardeios não reivindicados. As universidades, em período de provas, fecharam suas portas nesta quarta em sinal de luto.
Regime e rebeldes trocam acusações pelo massacre. Para os Comitês Locais de Coordenação (LCC), que organizam a contestação no terreno, a aviação disparou dois mísseis: "O regime é responsável. É o único capaz de cometer massacres e destruições, mas a Universidade de Aleppo continuará sendo um símbolo do levante do povo sírio".
Aleppo, que durante muito tempo foi poupada da onda de contestação ao regime, registrou suas primeiras manifestações no campus da universidade.
Por outro lado, o comando geral do Exército acusou os rebeldes: "Em uma tentativa desesperada de esconder seu fracasso, os grupos terroristas cometeram um novo crime, disparando foguetes contra a Universidade de Aleppo a partir do (bairro) de Lairamoune (oeste), matando dezenas de estudantes e cidadãos inocentes". As duas explosões atingiram a Faculdade de Arquitetura e a cidade universitária, onde vivem vários deslocados.
Segundo a televisão síria, em cartas ao Conselho de Segurança e ao secretário-geral da ONU, o Ministério das Relações Exteriores pediu que a comunidade internacional "denuncie o massacre terrorista". Ele também acusou alguns países "de praticar a política de dois pesos, duas medidas, apoiando o terrorismo na Síria e denunciando-a ao mesmo tempo".
Nas frentes de batalha, o Exército tentava tomar o controle da cidade rebelde de Daraya (no sudoeste de Damasco), onde fortes combates são travados há mais de dois meses. "A intensidade dos bombardeios é incrível", afirmou à AFP pela internet, Abou Kinan, um militante anti-regime em Daraya.
"É o dia mais violento em dois meses e os confrontos são terríveis em Daraya", cidade de 200.000 habitantes, hoje quase deserta, afirmou Rami Abdel Rahman.
O irmão do presidente, encarregado da região de Damasco, coronel "Maher (al-Assad), deu ordens de acabar com Daraya mesmo que a cidade tenha que ser destruída", afirmou.
O Exército avançou recentemente nesta localidade que registrou no verão de 2012 o massacre mais sangrento do país desde o início do conflito, com 500 pessoas mortas, segundo o OSDH.