Washington - Os Estados Unidos condenaram nesta terça-feira (7/1) os comentários antissemitas atribuídos ao presidente do Egito, Mohamed Mursi, realizados em 2010, antes de sua eleição, e pediram que esclareça seu ponto de vista.
"A linguagem que temos observado é profundamente ofensiva", disse a porta-voz do departamento de Estado Victoria Nuland. "Acreditamos que estes comentários devem ser repudiados e com firmeza".
Em uma entrevista realizada em 2010 e divulgada pelo Instituto de Investigações da Mídia do Oriente Médio, sediado em Washington, Mursi se refere "aos ocupantes da Palestina" como "chupa-sangues, traficantes da guerra e descendentes de porcos e macacos".
"Devemos resistir de todas as formas, impor uma resistência militar na Palestina contra estes sionistas criminosos invasores da terra Palestina e dos palestinos", disse Mursi ao canal de TV Qods há três anos.
Mursi, que liderava a Irmandade Muçulmana quando fez as declarações, foi eleito em 2011 presidente do Egito.
A eleição de Mursi e os "poderes extraordinários" que assumiu por decreto - depois retirados diante da pressão popular - provocaram reservas em um Ocidente temeroso de uma mudança de posição do Egito, que tem sido a pedra fundamental da paz regional.
Segundo Nuland, Washington manifestou ao Cairo sua preocupação com o vídeo (da entrevista) e destacou que o Congresso americano, que já bloqueou parte da ajuda de 1 bilhão de dólares ao Egito, observa com cautela a nova liderança.
"Rejeitamos completamente tais declarações, como fazemos com qualquer outra que proponha o ódio religioso. Este tipo de retórica já é usado na região há muito tempo".