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Conselho de Segurança da ONU analisa intervenção francesa no Mali

Ban ki-moon aplaudiu a intervenção francesa no Mali e defendeu a aceleração do envio de tropas africanas ao país

Nova York - O Conselho de Segurança das Nações Unidas iniciou nesta segunda-feira (14/1) consultas a portas fechadas sobre a intervenção militar francesa no norte do Mali para deter a . O embaixador francês junto à ONU, Gérard Araud, disse à imprensa que o objetivo das consultas é "informar nossos aliados" sobre os progressos da operação "Serval", e repetiu que a França "age com base no artigo 51 da Carta da ONU, que prevê "o direito à legítima defesa, individual ou coletiva, em caso de agressão armada a um membro das Nações Unidas".

[SAIBAMAIS]"Fomos obrigados a atuar a pedido das autoridades malinenses (...), mas nosso propósito é aplicar o mais rapidamente possível a resolução 2085, de maneira que as forças africanas, as forças malinenses, resolvam este problema e que haja um acordo político" em Bamako. A resolução 2085 de 20 de dezembro autoriza a criação da Missão Internacional de Apoio ao Mali (Misma), de 3.300 homens, mas seu envio para reconquistar o norte do país poderá levar meses, segundo os especialistas.

De acordo com Arnaud, nenhum dois demais 14 países membros do Conselho de Segurança questionou os fundamentos jurídicos da intervenção. "Juridicamente, a França não necessitava de nada além da carta do presidente do Mali solicitando a intervenção com base na legítima defesa", resumiu um alto diplomata da ONU.



O secretário-geral das Nações Unidas, Ban ki-moon, aplaudiu a intervenção francesa no Mali e defendeu a aceleração do envio de tropas africanas ao país, enquanto se trabalha em um acordo político para superar a crise. Ban ki-moon "se congratula de que os sócios estejam respondendo ao seu pedido, com o consentimento do governo do Mali, para ajudar na luta contra o problemático avanço para o sul de grupos terroristas armados".

Ban "espera que estas ações ajudem a deter a última ofensiva enquanto os esforços continuam para se implementar por completo a resolução 2085 do Conselho de Segurança". A ofensiva dos grupos islâmicos e a resposta francesa "destacam a urgência de se aplicar todos os aspectos da resolução" 2085, incluindo os esforços de mediação dos Estados da África Ocidental e o apoio militar proposto pelo Exército do Mali.

Ban conversou no domingo com o chanceler francês, Laurent Fabius, sobre a intervenção militar. A França anunciou uma "guerra contra o terrorismo" no Mali e desde a sexta-feira sua aviação bombardeia posições dos grupos islâmicos que avançam do norte para o sul do país.

A ofensiva rebelde reúne os grupos "jihadistas" Ansar Dine, Al Qaeda do Magreb Islâmico (AQMI) e Movimento pela Unidade e a Jihad na África Ocidental (Mujao).