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Obama: mercados se descontrolarão se EUA não aumentarem o teto da dívida

Washington - O presidente norte-americano Barack Obama alertou nesta segunda-feira (14/1) sobre o risco de uma nova crise econômica e disse que os mercados de ações globais "se descontrolarão", a menos que os congressistas republicanos concordem com o partido democrata em aumentar o teto da dívida soberana dos Estados Unidos.

"Inclusive pensar na ideia de que isso ocorra, de que os Estados Unidos não paguem suas contas, é irresponsável, é absurdo", disse Obama em uma coletiva de imprensa que marca o final de seu primeiro mandato na Casa Branca. "Não somos uma nação de maus pagadores", disse o presidente. "Apesar de ter vontade de (firmar) compromissos e encontrar entendimentos sobre como reduzir nossos déficits, os Estados Unidos não podem permitir outro debate com este Congresso sobre se deve ou não pagar as contas que já gerou", declarou o presidente.



Os Estados Unidos chegarão a seu atual teto da dívida no final de fevereiro, e a discussão deve ser dura com os republicanos que controlam a Câmara de Deputados, chave em temas de orçamento. Alguns deles pediram que qualquer aumento do limite da dívida tenha como contrapartida cortes de impostos equivalentes.

"Podem atuar de forma responsável e pagar as contas dos Estados Unidos, ou podem atuar irresponsavelmente e fazer os Estados Unidos atravessarem outra crise econômica", acrescentou o comunicado. Seria a segunda vez em dois anos que um debate deste tipo acontece nos Estados Unidos, que em 2011 esteve perto do default, perdendo a nota máxima de sua dívida soberana avaliada pela agência de classificação Standard & Poor;s.

Desde o dia 31 de dezembro, o Estado norte-americano funciona pouco abaixo do limite legal para contrair dívidas, fixado em 16,3 trilhões de dólares, graças a medidas excepcionais que permitiram ao sistema político ganhar um tempo que se esgotará no final de fevereiro. Os republicanos reagiram rapidamente e mantiveram sua postura em matéria de gastos.

"O presidente e seus sócios precisam falar com seriedade sobre o gasto, e o debate sobre o teto da dívida é o momento perfeito", disse o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell. O presidente da Câmara de Deputados, John Boehner, admitiu que as consequências de uma falta de acordo seriam tangíveis, mas "as consequências de permitir que o problema do gasto continue sem ser resolvido também seriam".