Em um vídeo postado na internet por ativistas é possível ver as fachadas dos edifícios completamente destruídas, enterrando corpos ensanguentados e cobertos por poeira. Mas a imprensa oficial acusa os rebeldes pelo disparo de foguetes contra casas em Mouadamiyat al-Sham. Duas outras crianças da mesma família, com idade entre 6 e 7 anos, foram mortas em um bombardeio em uma cidade militar perto de Damasco e outra criança morreu em Aleppo (norte), de acordo com o OSDH.
Estupros
O OSDH registrou um balanço de mais de 3,5 mil crianças mortas desde o início em 15 de março de 2011 de uma contestação popular que se militarizou contra a repressão por parte do regime. Domingo, 16 crianças morreram, de acordo com a ONG.
Contra a escalada da violência, a Suíça enviou nesta segunda-feira ao Conselho de Segurança uma petição assinada por 52 países, incluindo países europeus, exigindo o encaminhamento para o TPI. A Síria não aderiu à criação do TPI, o que requer a intervenção do Conselho de Segurança para que o tribunal interfira.
Depois de acusar a Força Aérea de utilizar bombas de fragmentação, a organização Human Rights Watch indicou que as tropas terrestres também usaram essas armas proibidas pelas convenções internacionais, que Damasco não ratificou. Para as mulheres, mais um perigo: o estupro se tornou a principal razão de exílio, segundo a organização Internacional Rescue Commitee.
"Muitas mulheres e meninas relataram ataques contra elas, em geral por homens armados. Esses estupros, por vezes coletivos, ocorrem geralmente sob os olhares de membros da família", relatou a ONG. As vítimas que sobrevivem a esses ataques, raramente falam sobre os crimes em razão "das normas sociais e desonra que representa o estupro pelas (vítimas) e sua família", segundo ela.
O conflito provocou a fuga de milhares de sírios. Mais de 600 mil foram registrados pelo Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur).A Liga Árabe enviará uma missão no Iraque, Jordânia e no Líbano para avaliar as necessidades deste país antes da realização da cúpula de doadores no final de janeiro no Kuwait. Em um outro país fronteiriço, a Turquia, um morteiro disparado da Síria explodiu sem fazer vítimas, segundo as televisões locais.