Pouco antes, uma grua em um rebocador reposicionou a rocha em seu lugar de origem, em um gesto simbólico para "colocar as coisas no lugar, não para esquecer", mas "porque é preciso ir adiante", segundo o prefeito Sergio Ortelli. "É muito importante termos um dia de memória e lembrança", disse.
Dezenas de pessoas resgatadas também viajaram à ilha para a homenagem. "Viemos porque queríamos expressar o nosso reconhecimento, porque conseguimos sobreviver", disse à AFP Ronald Dots, um chileno que vive na Espanha, ao lado de sua esposa Viviana e de seu filho de 15 anos.
"Foi uma noite de muita dor, tivemos que ir a psicólogos, no início choramos muito. Quando ouço uma canção italiana, eu volto à noite do naufrágio. Olhar o mar me dá medo", explica.
[SAIBAMAIS]O francês Jacques Masson, foi à ilha "em solidariedade aos familiares das vítimas, principalmente os de Myl;ne e Mickael (nr, jovem casal do subúrbio de Paris)", que são seus amigos. "Acredito que precisamos nos manter juntos, vivemos uma catástrofe enorme", considerou a francesa Dani;le Dubuc, que não conseguiu conter as lágrimas. Ela disse que adorava dançar nas viagens com seu marido e que hoje eles têm "medo de multidão".
"A tragédia nos tirou a vontade de dançar", disse.
O Concordia partiu do porto italiano de Civitavecchia para um cruzeiro pelo Mediterrâneo com mais de 3.200 turistas de 60 nacionalidades e com mais de mil membros da tripulação provenientes de 40 países.
O acidente aconteceu algumas horas depois da partida e deixou 30 mortos identificados. Os corpos de um membro indiano da tripulação e de uma passageira italiana não foram encontrados.
No final da manhã, uma missa também foi celebrada na pequena igreja, com a presença do ministro do Meio Ambiente, Corrado Clini, e do procurador de Grosseto que dirige a investigação sobre o naufrágio. O padre Lorenzo Pasquotti depositou perto do altar alguns objetos deixados pelos náufragos na noite em que abriu as portas de sua igreja para as vítimas.
À tarde, uma placa de bronze com os nomes das vítimas será colocada em um muro do Molo Rosso, caracterizado por um farol vermelho em sua entrada. Uma outra lembrará a solidariedade dos moradores de Giglio.
O grupo Costa, proprietário do Concordia, organizou cerimônias ou minutos de silêncio em todas as suas embarcações, em sua sede italiana de Gênova e na igreja de La Madeleine, em Paris.
No momento do naufrágio, às 20h45 GMT (18h45 de Brasília), após um minuto de silêncio, as sirenes de todos os barcos presentes soarão no porto. Depois disso, 32 lanternas serão colocadas no mar.
As operações realizadas pelo consórcio Titan/Micoperi para preparar a retirada do navio não foram interrompidas.
Mas "também vamos respeitar um minuto de silêncio", disse o responsável pela recuperação do navio pela Titan, Nick Sloane: "Todos os nossos pensamentos vão paras as pessoas afetadas" pela tragédia.