Jenin - Pelo menos dois palestinos ficaram feridos por militares israelenses em uma ação de detenção de um suspeito perto de Jenin, no norte da Cisjordânia, informaram fontes.
Os confrontos eclodiram no momento da prisão do palestino Amjad Ighbariya, de 26 anos, pelas forças especiais palestinas, na zona industrial de Jenin. Uma senhora idosa foi mordida por um cachorro e um jovem levou um tiro na perna, indicaram fontes palestinas de segurança.
Procurada pela AFP, uma porta-voz militar israelense confirmou que soldados que tinham ido prender "um palestino suspeito de atividades terroristas" foram atacados com pedras por centenas de palestinos.
Os soldados usaram "métodos anti-motim", completou, afirmando que a prisão não foi efetuada.
Em outro ato de violência, cerca de vinte colonos israelenses atacaram, na quarta-feira, palestinos no vilarejo de Jalud, mais ao sul, informou nesta quinta um porta-voz do Exército israelense.
Esse grupo de colonos danificou carros, jogou pedras em prédios e forçou sua entrada numa casa onde espancaram um palestino que teve que ser hospitalizado, completou o porta-voz.
Soldados chegaram em seguida ao vilarejo e entraram em choque com os colonos.
"O Exército israelense considera grave esse tipo de incidente que prejudica a segurança da região", assegurou o porta-voz.
Depois de uma onda de ataques semelhante, a organização de defesa dos direitos humanos Yesh Din pediu em carta às autoridades da polícia e do Exército na Cisjordânia que forças de ordem adicionais sejam enviadas para defender a população palestina.
"São incidentes graves e os colonos estão agindo com total impunidade, aterrorizando os moradores palestinos da região com atos de violência e de vandalismo", escreveu a Yesh Din, em comunicado.
"Há uma semana, Yesh Din notificou dez incidentes distintos e sérios nos quais civis israelenses atacaram palestinos", continuou a organização.
Extremistas da colonização realizam há anos uma política que eles chamam de o "preço a pagar", que consiste em se vingar das decisões governamentais que eles julgam hostis aos seus interesses, atacando moradores palestinos, locais de culto muçulmanos e católicos, militantes israelenses pacifistas, e até o Exército israelense.
Apesar das condenações sistemáticas de tais atos pelas autoridades palestinas, os autores raramente são punidos pela justiça.