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Atirador com problemas psiquiátricos mata três mulheres na Suíça

Daillon - Um atirador com problemas psiquiátricos e relacionados ao uso de drogas matou três mulheres e feriu dois homens em um tiroteio em um pequeno vilarejo onde vivia nos Alpes suíços, informaram as autoridades nesta quinta-feira (3/1).

Policiais atiraram e feriram o suspeito que os ameaçou com a arma após o ataque em Daillon, que levantou questionamentos sobre a política liberal do país em relação ao porte de armas.

O homem de 33 anos abriu fogo na quarta-feira (2) às 20h50 locais (17h50 de Brasília) nas ruas do pequeno vilarejo cercado por vinhedos, afirmou Robert Steiner, comandante da polícia do cantão de Valais.

A imprensa suíça citou moradores da região que alegavam que o atirador, a quem chamaram apenas Cedric, havia bebido bastante antes do ataque.

Marie-Paule Udry, dona de um restaurante local, disse que o suspeito esteve em seu estabelecimento antes do tiroteio e acrescentou que "ele havia bebido bastante".

A polícia indicou que ele usou duas armas: um rifle militar histórico suíço e uma escopeta.

O suspeito efetuou cerca de 20 disparos, matando na hora três mulheres de 32, 54 e 79 anos, afirmaram as autoridades, e ferindo dois homens, um de 33 e outro de 63 anos.

Dos dois feridos, um se encontrava em estado crítico, indicou a polícia, enquanto o outro se recuperava de um ferimento no ombro.

O jornal Le Matin informou que o homem de 63 anos, um ex-policial que foi atingido no ombro, era tio e vizinho do suposto atirador e os dois passavam por um momento de desentendimento familiar.

O suspeito morava em uma casa que seus pais lhe deram após se divorciarem.

Ele foi ferido durante uma troca de tiros enquanto era detido e também foi levado a um hospital, onde estava em uma unidade de tratamento intensivo.

Autoridades disseram que o atirador, a quem a polícia não identificou, passou algum tempo em um hospital psiquiátrico em 2005 e era conhecido como usuário de drogas. A polícia já havia apreendido armas quando ele esteve internado.

Suas motivações ainda não são conhecidas. Autoridades confirmaram que ele vivia no vilarejo de apenas 400 moradores.

Investigadores forenses trabalhavam nesta quinta-feira no vilarejo que se localiza a uma altitude de 1.000 metros.

A polícia contou que seguiu para o local depois de ser informada sobre um tiroteio e que havia "muitos feridos caídos no chão".

O porta-voz da polícia local, Jean-Marie Bornet, disse à AFP que a polícia atirou apenas em defesa própria após ter sido ameaçada.

"Houve uma troca de tiros porque ele estava ameaçando policiais. Ele foi atingido e ferido", afirmou Bornet, acrescentando que nenhum policial se machucou.

"Todos ficaram espantados e chocados em Valais. É um homem que viveu em Daillon e atirou contra seus vizinhos", disse Bornet à rádio suíça RSR.

O porte de armas é amplamente difundido na Suíça, onde os cidadãos podem manter armas em casa fora dos períodos do serviço militar obrigatório.



A lei permite que qualquer cidadão acima dos 18 anos tenha armas de acordo com certas condições e há cerca de dois milhões de armas particulares entre uma população de aproximadamente oito milhões.

Discussões sobre o porte de armas surgiram após ataques anteriores, incluindo o massacre de 14 pessoas em uma sessão do parlamento local em Zoug em 2001 por um homem que depois se matou.

A Suíça tem ainda a maior taxa de suicídio por armas de fogo da Europa.

No entanto, em 2011, o país realizou um referendo que rejeitou a proibição da posse de armas.