<div style="text-align: justify"><span style="font-weight: bold">Damasco</span> - As autoridades sírias afirmaram nesta segunda-feira que responderão favoravelmente a qualquer iniciativa de diálogo para resolver o conflito no país, que já dura 21 meses, depois do anúncio do emissário internacional, Lakhdar Brahimi, de que tem um plano para acabar com a violência.<br /><br />"O governo está trabalhando para apoiar o projeto de reconciliação nacional e responderá a todas as iniciativas regionais ou internacionais que permitam resolver a crise atual com o diálogo e meios pacíficos, e que impeçam uma intervenção estrangeira nos assuntos internos da Síria", declarou no Parlamento o primeiro-ministro Wael al-Halaqi, em um discurso exibido ao vivo pela televisão estatal.<br /><br />Em 21 meses de revolta morreram 45.000 pessoas, 90% delas (quase 40.000) apenas em 2012, destacou nesta segunda-feira o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede em Londres e que conta com uma ampla rede de fontes na Síria.<br /><br /><a href="#h2href:%7B%22titulo%22:%22Pagina:%20capa%20-%20mundo%22,%22link%22:%22%22,%22pagina%22:%22134%22,%22id_site%22:%2233%22,%22modulo%22:%7B%22schema%22:%22%22,%22id_pk%22:%22%22,%22icon%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22,%22id_treeapp%22:%22%22,%22titulo%22:%22%22,%22id_site_origem%22:%22%22,%22id_tree_origem%22:%22%22%7D,%22rss%22:%7B%22schema%22:%22%22,%22id_site%22:%22%22%7D,%22opcoes%22:%7B%22abrir%22:%22_blank%22,%22largura%22:%22%22,%22altura%22:%22%22,%22center%22:%22%22,%22scroll%22:%22%22,%22origem%22:%22%22%7D%7D">Leia mais notícias em Mundo</a><br /><br />No total, 39.362 pessoas morreram na Síria em 2012 e pelo menos 28.113 eram civis, segundo a organização não governamental, que considera como civis também os que pegaram em armas para combater as tropas do regime de Assad.<br /><br />O número de soldados mortos em 2012 chegou a 9.482 e o de desertores a 1.040. Além disso, 727 mortos não tiveram as identidades determinadas, segundo o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.<br /><br />Desde o início da revolta popular contra o regime de Bashar al-Assad, que mais tarde virou um conflito armado, as autoridades de Damasco afirmam lutar contra "grupos terroristas".<br /><br />"O que acontece na Síria é um assunto sírio que será resolvido pelos sírios sem pressão nem ordens do exterior", completou.<br /><br />"A Síria caminha para um momento histórico em que anunciará a vitória sobre seus inimigos e se posicionará para reconstruir uma nova ordem mundial que promete a soberania nacional e o conceito de direito internacional", completou o premier.<br /><br />O emissário da ONU e da Liga Árabe anunciou que tem um plano que pode ser aprovado pela comunidade internacional para solucionar o conflito, que provoca quase 100 mortos a cada dia.<br /><br />Rússia e China vetaram várias resoluções do Conselho da Segurança da ONU de condenação ao regime de Damasco, mas recentemente Moscou deu a entender que se prepara para uma Síria sem Assad, segundo analistas.<br /><br />Brahimi propõe "uma solução política baseada na declaração de Genebra que prevê um cessar-fogo, a formação de um governo com plenos poderes e um plano para celebrar eleições presidenciais ou parlamentares".<br /><br />O enviado internacional não se pronunciou sobre o destino de Bashar al-Assad, mas disse que os sírios poderiam optar por uma mudança de regime para passar do sistema presidencial vigente a um sistema parlamentar.<br /><br />O conflito sírio registrou um novo momento trágico no domingo à noite, quando 30 corpos com sinais de tortura foram encontrados em um bairro da zona norte de Damasco, cenário frequente de confrontos entre o exército oficial e os rebeldes, informou o OSDH.<br /><br />"Trinta corpos foram encontrados no bairro de Barzeh. Tinham sinais de torturas e até agora não foram identificados", afirma um comunicado da ONG.<br /><br />A Comissão Geral de Revolução Síria (CGRS) anunciou que o número de corpos chega a 50. Em um comunicado destaca que "as cabeças foram cortadas e desfiguradas a tal ponto que é impossível identificar" as vítimas.<br /><br />A CGRS acusou os "shabihas", as milícias do regime, pelas "execuções sumárias".<br /><br />A informação não pôde ser confirmada com fontes independentes pela gravidade da violência no país e as restrições impostas ao trabalho da imprensa internacional.<br /><br />Nesta segunda-feira, o exército sírio bombardeou várias localidades próximas de Damasco, enquanto reforços militares eram enviados a Daraya, uma cidade próxima da capital e controlada pelos rebeldes, mas que as tropas de Assad tentam retomar há várias semanas.</div>