Dili, Timor Leste - A ONU concluiu a sua missão de manutenção da paz no Timor Leste no último domingo (30/12), 13 anos depois de ter chegado à nação mais nova da Ásia em meio a uma transição sangrenta para a independência.
A missão, que contou com a presença de cerca de 1.500 soldados e policiais da ONU, vai recolher sua bandeira e mandar de volta para casa os seus últimos integrantes, enquanto uma "equipe de liquidação" de 79 oficiais vai permanecer para encerrar as últimas ações das Nações Unidas.
O vice-primeiro-ministro timorense, Fernando La Sama de Araújo, expressou nesta segunda-feira à AFP a "imensa gratidão" do país pela ação dos soldados da força de paz da ONU.
Os capacetes azuis da ONU chegaram ao Timor em 1999. O país era então vítima de uma onda de violência após a vitória do "Sim" em um referendo sobre a independência.
A votação deveria, supostamente, ter encerrado 24 anos de conflito provocado pela invasão de tropas indonésias, após a saída dos colonizadores portugueses em 1975. Mais de 25% da população de Timor foi dizimada entre 1975 e 1999.
A missão começou a retirar suas tropas em outubro, quando a polícia nacional assumiu a responsabilidade pela segurança, após eleições pacíficas para presidente e para o Parlamento. "O povo timorense e seus líderes têm demonstrado coragem e uma inabalável vontade de superar os grandes desafios que virão," indicou em um comunicado o chefe da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT), Finn Reske-Nielsen.
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"Apesar de haver muito trabalho pela frente, este é um momento histórico que consagra um progresso já concluído." Reske-Nielsen indicou que a retirada não marcou o final da parceria entre a ONU e o país, pois "ainda existem desafios". "No momento em que as forças de manutenção da paz se despedem, nós esperamos que haja uma nova fase nesta relação tendo como foco o desenvolvimento social e econômico."
Analistas consideram que há poucas indicações de que possa haver uma retomada da violência a curto prazo, mas as instituições públicas, incluindo a força policial e o setor judiciário, permanecem frágeis.
Também há fortes preocupações de que a pobreza, os altos índices de desemprego entre os jovens e uma população que cresce rapidamente possam levar a um aumento da violência no futuro.
Críticos do governo destacam a forte dependência da economia timorense das reservas de petróleo e gás, que, segundo eles, beneficiam mais as populações urbanas de Timor do que os empobrecidos dos campos.
A ONU desempenhou um papel-chave no nascimento de Timor Leste, organizando a votação que encerrou 24 anos de domínio da Indonésia, que ocupou o país após a saída dos portugueses em 1975. O brutal domínio indonésio causou a morte de 183.000 pessoas - um quarto da população na época. O processo foi concluído em 2002, quando um governo independente assumiu o poder.
As forças de paz voltaram novamente a entrar em ação em 2006, quando uma deserção em massa nas forças armadas causou conflitos entre facções militares e policiais, e a violência nas ruas deixou pelo menos 37 mortos e dezenas de milhares de deslocados.
O único episódio de violência mais grave depois disso foi a tentativa de assassinato do então presidente José Ramos-Horta em 2008.
A missão, que contou com a presença de cerca de 1.500 soldados e policiais da ONU, vai recolher sua bandeira e mandar de volta para casa os seus últimos integrantes, enquanto uma "equipe de liquidação" de 79 oficiais vai permanecer para encerrar as últimas ações das Nações Unidas.
O vice-primeiro-ministro timorense, Fernando La Sama de Araújo, expressou nesta segunda-feira à AFP a "imensa gratidão" do país pela ação dos soldados da força de paz da ONU.
Os capacetes azuis da ONU chegaram ao Timor em 1999. O país era então vítima de uma onda de violência após a vitória do "Sim" em um referendo sobre a independência.
A votação deveria, supostamente, ter encerrado 24 anos de conflito provocado pela invasão de tropas indonésias, após a saída dos colonizadores portugueses em 1975. Mais de 25% da população de Timor foi dizimada entre 1975 e 1999.
A missão começou a retirar suas tropas em outubro, quando a polícia nacional assumiu a responsabilidade pela segurança, após eleições pacíficas para presidente e para o Parlamento. "O povo timorense e seus líderes têm demonstrado coragem e uma inabalável vontade de superar os grandes desafios que virão," indicou em um comunicado o chefe da Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT), Finn Reske-Nielsen.
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"Apesar de haver muito trabalho pela frente, este é um momento histórico que consagra um progresso já concluído." Reske-Nielsen indicou que a retirada não marcou o final da parceria entre a ONU e o país, pois "ainda existem desafios". "No momento em que as forças de manutenção da paz se despedem, nós esperamos que haja uma nova fase nesta relação tendo como foco o desenvolvimento social e econômico."
Analistas consideram que há poucas indicações de que possa haver uma retomada da violência a curto prazo, mas as instituições públicas, incluindo a força policial e o setor judiciário, permanecem frágeis.
Também há fortes preocupações de que a pobreza, os altos índices de desemprego entre os jovens e uma população que cresce rapidamente possam levar a um aumento da violência no futuro.
Críticos do governo destacam a forte dependência da economia timorense das reservas de petróleo e gás, que, segundo eles, beneficiam mais as populações urbanas de Timor do que os empobrecidos dos campos.
A ONU desempenhou um papel-chave no nascimento de Timor Leste, organizando a votação que encerrou 24 anos de domínio da Indonésia, que ocupou o país após a saída dos portugueses em 1975. O brutal domínio indonésio causou a morte de 183.000 pessoas - um quarto da população na época. O processo foi concluído em 2002, quando um governo independente assumiu o poder.
As forças de paz voltaram novamente a entrar em ação em 2006, quando uma deserção em massa nas forças armadas causou conflitos entre facções militares e policiais, e a violência nas ruas deixou pelo menos 37 mortos e dezenas de milhares de deslocados.
O único episódio de violência mais grave depois disso foi a tentativa de assassinato do então presidente José Ramos-Horta em 2008.