Roma - Com a renúncia de Mario Monti, a campanha para as legislativas de fevereiro foi oficialmente aberta, mas o suspense deve durar até domingo quando uma eventual candidatura do "Professor" pode ser anunciada.
O presidente Giorgio Napolitano iniciou neste sábado (22/12) as consultas das câmaras e dos grupos parlamentares, previstas pela Constituição, antes da dissolução do Parlamento e da convocação das eleições antecipadas, previstas para acontecer nos dias 24 e 25 de fevereiro.
Em uma Itália em recessão e ainda em risco de ser afetada por uma nova tempestade na zona do euro, Monti, ex-comissário europeu, foi socilicitado com insistência para se lançar na batalha das legislativas à frente de uma coalizão que reunirá os ex-democratas cristãos e os laicos do "Movimento pela Terceira República" de Luca di Montezemolo, chefe da Ferrari.
O "Professor" anunciará suas intenções na manhã de domingo em uma "coletiva de imprensa de final do ano".
Mas os colunistas políticos que, dois dias antes, anunciaram com grande alarde a sua "descida" para a arena política eram muito mais discretos neste sábado.
"Monti frea sua entrada na política", foi a manchete do Corriere della Sera, principal jornal do país, enquanto o Repubblica falou de "as dúvidas de Monti, tentado a dizer não". O La Stampa foi ainda mais longe: "Monti optou por permanecer subordinado à República".
Ele poderia ser um primeiro-ministro de socorro, no caso de não haver uma clara maioria no Parlamento no final de fevereiro, ou ser eleito para a presidência para assumir o lugar de Napolitano, cujo mandato termina em meados de maio.
Mario Monti tem ainda outras opções, como suceder Jean-Claude Juncker e tornar-se "o Sr. Finanças" da zona euro, um cargo adaptado para esse ex-professor de Economia.
Monti renunciou, segundo o La Stampa, a liderar a coalizão dos "moderados" e apresentará no domingo um "Memorando para o futuro da Itália" para defender a "cura amarga" da austeridade imposta à terceira economia da zona do euro e uma lista de "coisas para fazer".
Para Stefano Folli, um colunista do Il Sole 24 Ore, Mario Monti enfrenta "um dilema e obstáculos altos como montanhas", ele tinha a ambição de oferecer aos italianos uma revolução "liberal na economia, um novo sentido de Estado e uma agenda para desempenhar um papel digno na Europa".
Mas os partidos que devem apoiar a "Lista de Monti" precisam fazer uma limpeza para apresentar apenas "candidatos limpos", um desafio difícil, dada a magnitude dos escândalos de corrupção que atingiram o centro e a direita nos últimos anos.
Outro problema: estar diretamente envolvido na corrida legislativa significaria para Mario Monti competir com Pier Luigi Bersani, líder da esquerda, o favorito para se tornar primeiro-ministro no final de fevereiro, com 30-35% das intenções de votos.
Também significaria enfrentar o seu antecessor Silvio Berlusconi, que está mais uma vez em campanha, desde início de dezembro, ocupando espaço na mídia e nas pesquisas.
Berlusconi havia se oferecido para liderar no lugar de Monti uma coalizão de centro-direita, que incluiria o PDL. Mas o "Professor" não respondeu, "nem mesmo um telefonema", disse Berlusconi.
A ruptura entre os dois é total e o Cavaliere, sempre em forma aos 76 anos, levantou a voz contra as políticas do governo, submetido, segundo ele, aos ditames de uma Alemanha "hegemônica na Europa".
Outro fator desfavorável a uma candidatura de Monti: ele perderia a sua imagem de estadista acima dos partidos. No entanto, durante os 13 meses de seu mandato, manteve-se popular (em torno de 40%), apesar das duras medidas adotadas justamente por causa de sua neutralidade. Segundo uma pesquisa do instituto SWG realizada em 18 e 19 de dezembro e publicada neste sábado, 60% dos italianos se opõem a uma candidatura de Mario Monti.
E, de acordo com a mesma pesquisa, se for candidato, a nebulosa centrista ganhará apenas cinco pontos, passando de 9,4% para 15,4% dos votos. Provavelmente muito pouco para este que é acostumado a ser o primeiro da classe.
O presidente Giorgio Napolitano iniciou neste sábado (22/12) as consultas das câmaras e dos grupos parlamentares, previstas pela Constituição, antes da dissolução do Parlamento e da convocação das eleições antecipadas, previstas para acontecer nos dias 24 e 25 de fevereiro.
Em uma Itália em recessão e ainda em risco de ser afetada por uma nova tempestade na zona do euro, Monti, ex-comissário europeu, foi socilicitado com insistência para se lançar na batalha das legislativas à frente de uma coalizão que reunirá os ex-democratas cristãos e os laicos do "Movimento pela Terceira República" de Luca di Montezemolo, chefe da Ferrari.
O "Professor" anunciará suas intenções na manhã de domingo em uma "coletiva de imprensa de final do ano".
Mas os colunistas políticos que, dois dias antes, anunciaram com grande alarde a sua "descida" para a arena política eram muito mais discretos neste sábado.
"Monti frea sua entrada na política", foi a manchete do Corriere della Sera, principal jornal do país, enquanto o Repubblica falou de "as dúvidas de Monti, tentado a dizer não". O La Stampa foi ainda mais longe: "Monti optou por permanecer subordinado à República".
Ele poderia ser um primeiro-ministro de socorro, no caso de não haver uma clara maioria no Parlamento no final de fevereiro, ou ser eleito para a presidência para assumir o lugar de Napolitano, cujo mandato termina em meados de maio.
Mario Monti tem ainda outras opções, como suceder Jean-Claude Juncker e tornar-se "o Sr. Finanças" da zona euro, um cargo adaptado para esse ex-professor de Economia.
Monti renunciou, segundo o La Stampa, a liderar a coalizão dos "moderados" e apresentará no domingo um "Memorando para o futuro da Itália" para defender a "cura amarga" da austeridade imposta à terceira economia da zona do euro e uma lista de "coisas para fazer".
Para Stefano Folli, um colunista do Il Sole 24 Ore, Mario Monti enfrenta "um dilema e obstáculos altos como montanhas", ele tinha a ambição de oferecer aos italianos uma revolução "liberal na economia, um novo sentido de Estado e uma agenda para desempenhar um papel digno na Europa".
Mas os partidos que devem apoiar a "Lista de Monti" precisam fazer uma limpeza para apresentar apenas "candidatos limpos", um desafio difícil, dada a magnitude dos escândalos de corrupção que atingiram o centro e a direita nos últimos anos.
Outro problema: estar diretamente envolvido na corrida legislativa significaria para Mario Monti competir com Pier Luigi Bersani, líder da esquerda, o favorito para se tornar primeiro-ministro no final de fevereiro, com 30-35% das intenções de votos.
Também significaria enfrentar o seu antecessor Silvio Berlusconi, que está mais uma vez em campanha, desde início de dezembro, ocupando espaço na mídia e nas pesquisas.
Berlusconi havia se oferecido para liderar no lugar de Monti uma coalizão de centro-direita, que incluiria o PDL. Mas o "Professor" não respondeu, "nem mesmo um telefonema", disse Berlusconi.
A ruptura entre os dois é total e o Cavaliere, sempre em forma aos 76 anos, levantou a voz contra as políticas do governo, submetido, segundo ele, aos ditames de uma Alemanha "hegemônica na Europa".
Outro fator desfavorável a uma candidatura de Monti: ele perderia a sua imagem de estadista acima dos partidos. No entanto, durante os 13 meses de seu mandato, manteve-se popular (em torno de 40%), apesar das duras medidas adotadas justamente por causa de sua neutralidade. Segundo uma pesquisa do instituto SWG realizada em 18 e 19 de dezembro e publicada neste sábado, 60% dos italianos se opõem a uma candidatura de Mario Monti.
E, de acordo com a mesma pesquisa, se for candidato, a nebulosa centrista ganhará apenas cinco pontos, passando de 9,4% para 15,4% dos votos. Provavelmente muito pouco para este que é acostumado a ser o primeiro da classe.