O Haiti, que tem uma fronteira seca com a República Dominicana, é assunto constante das preocupações das autoridades dominicanas. O ministro das Relações Exteriores da República Dominicana, Carlos Morales Troncoso, disse nesta quinta-feira (20/12) que, para colaborar com o país vizinho, o ideal é executar projetos em vários setores do país, desde infraestrutura até educação e meio ambiente.
Para o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, é necessário aperfeiçoar os investimentos existentes e atrair o apoio da iniciativa privada. O Haiti é o país mais pobre das Américas e sofre com os efeitos de catástrofes naturais, como o terremoto de janeiro de 2010 e o Furacão Sandy, que recentemente passou pelo país. Há, ainda, um índice elevado de contaminação por cólera e problemas agravados pelo desemprego e pelas dificuldades econômicas.
Há também um outro desafio para as autoridades haitianas: enfrentar a ação das gangues internas que geram violência. As tropas de paz das Nações Unidas estão no Haiti desde 2004 com o objetivo de colaborar para a estabilidade na região. Houve vários conflitos entre tropas e integrantes da população. Desde o início, o Brasil exerce o comando militar da missão de paz.
;Queremos envolver o setor privado no processo de desenvolvimento do Haiti;, ressaltou Patriota. ;A República Dominicana tem sensibilidade e trabalha para o desenvolvimento do Haiti.;
Em fevereiro, a presidenta Dilma Rousseff visitou o Haiti, depois de passar por Cuba. Na ocasião, ela reiterou a determinação de intensificar a cooperação brasileira nas áreas de saúde - em parceria com os cubanos -, agricultura, capacitação profissional e apoio à construção da usina hidrelétrica no Rio Artibonite, a 60 quilômetros da capital haitiana.
Depois de concluída, a Hidrelétrica Artibonite 4C deve se transformar no símbolo do principal apoio brasileiro ao desenvolvimento do Haiti. Com potência instalada de 32 megawatts, a hidrelétrica deve gerar energia suficiente para atender a cerca de 230 mil famílias.