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Coreia do Sul vai eleger, pela primeira vez, uma mulher como presidente



"Eu me sinto tão triste e culpado por ter falhado em alcançar minha missão histórica de iniciar uma nova era na política", disse Moon à imprensa em frente a sua casa em Seul. "Eu humildemente aceito o resultado da eleição", acrescentou.

As pesquisas antes da votação já mostravam uma disputa apertada entre Park, do PNF, e Moon, do Partido Democrata Unido (DUP, centro-esquerda, principal partido de oposição). Park Heun-Hye é a filha de Park Chung-Hee, um brutal autocrata, que promoveu a industrialização forçada do país e que permaneceu no poder até o assassinato em 1979. Sua foi morta em 1970 por um militante favorável à Coreia do Norte, que tinha a intenção de atingir o ditador com seus tiros. Já Moon Jae-In é uma das principais figuras da oposição no período sombrio do país e um adversário notório dos militares.

Tanto Park quanto Moon tentaram atrair a classe média e os mais desfavorecidos, com promessas de combater as crescentes desigualdades na quarta economia asiática. A Coreia do Norte não foi sequer um tema da campanha eleitoral, apesar de Pyongyang ter executado um lançamento de foguete na semana passada, coincidindo com o primeiro aniversário da morte do dirigente comunista Kim Jong-Il.

Park e Moon manifestaram o desejo de estimular as relações entre as duas Coreias. Park foi mais reservada, no entanto, porque os conservadores defendem há muito tempo uma linha intransigente com Pyongyang. Moon defende a retomada da ajuda sem condições à Coreia do Norte e pediu uma reunião com o dirigente deste país, Kim Jong-Un, filho de Kim Jong-Il.