A oposição do Egito prepara hoje (18/12) manifestações em todo o país em protesto à implementação do novo texto da Constituição. No próximo dia 22 ocorre o segundo turno das votações do referendo que definirá o conjunto de normas. Analistas políticos dão como certa a aprovação. Para segmentos da sociedade egípcia e a oposição, o texto não representa os anseios da população.
A oposição quer pressionar hoje para impedir o segundo turno do referendo, assim como apelar para a instalação de uma nova Assembleia Constituinte. Se isso ocorrer, será a renúncia parcial dos poderes do presidente egípcio, Mouhamed Mursi.
No último dia 15, houve o primeiro turno das votações do referendo que obteve 56% dos votos favoráveis à implementação do novo texto constitucional. As votações ocorreram em clima de tranquilidade, segundo agências internacionais, mas a oposição faz campanha na internet em favor das manifestações.
Os críticos ao texto argumentam que os religiosos islâmicos conseguiram impor artigos que vão prejudicar os direitos das mulheres, das crianças e das minorias. Segundo os críticos, é o caminho para a islamização do Egito, assim como ocorre em alguns países do Golfo Pérsico.
O governo do presidente do Egito, Mouhamed Mursi, favorável ao novo texto da Constituição, enfrenta uma série de manifestações contrárias. A tensão atingiu a cúpula do governo. O procurador-geral da República, Talaat Ibrahim Abdullah ; recém-nomeado para substituir Abdel Magid Mahmud ; pediu demissão ontem (17/12).