Os egípcios foram às urnas ontem para decidir os rumos políticos do país. Mais uma vez, porém, os desentendimentos entre partidários do governo e da oposição ganharam destaque. A oposição egípcia acusou a Irmandade Muçulmana de tentar fraudar o projeto de Constituição e denunciou várias irregularidades. Eles ainda afirmaram que os membros da organização islâmica distribuíram açúcar, óleo e chá em vários locais de votação e alegaram que um juiz do Cairo impediu a entrada de eleitores cristãos. As informações, no entanto, não foram confirmadas por fontes independentes.
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Por meio de um comunicado, a Frente de Salvação Nacional (FSN) ; uma coalizão dos principais movimentos da oposição ; pediu às ;instâncias envolvidas para assumirem suas responsabilidades, a fim de garantir a transparência da votação; e estimulou o povo a comparecer às urnas para ;dizer não e coibir qualquer tentativa de manipular a vontade do povo;. A rivalidade entre partidários do presidente e a oposição resultou em manifestações durante as semanas que antecederam o referendo. Na última sexta-feira, os grupos se enfrentaram em Alexandria (norte), a segunda maior cidade do país. Para apaziguar os ânimos, a polícia usou gás lacrimogêneo. Ao todo, 15 pessoas ficaram feridas. No início do mês, oito pessoas morreram em confrontos perto do palácio presidencial do Cairo.