Após a anulação do decreto que deu amplos poderes ao presidente egípcio, Mouhamed Mursi, os aliados do governo confiam no fim das manifestações no país. A Irmandade Muçulmana do Egito considera que "já não há motivos" para a oposição continuar os protestos.
;Já não há motivos para incentivar o povo a participar de manifestações nem para que haja mais contestações", disse o porta-voz do grupo, Mahmud Gozlan, em comunicado.
A anulação da medida adotada no dia 22 de novembro foi divulgada ontem (8), depois de um reunião entre Mursi e representantes políticos do país. O decreto provocou fortes reações entre as lideranças egípcias. A oposição considerou a medida uma "manobra política".
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[SAIBAMAIS]Mesmo com a decisão de recuar em relação ao decreto, representantes da oposição no Egito disseram hoje (9) que vão manter as manifestações públicas e greves nesta semana. A força de oposição a Mursi também mantém a insatisfação diante do referendo convocado pelo presidente para aprovar uma nova Constituição. Os opositores consideram que o projeto pode provocar uma islamização da legislação do país, por manter lacunas em matéria de liberdades e garantias.
O porta-voz da Irmandade Muçulmana do Egito pediu que a oposição respeite a realização do referendo. Mas os adversários de Mursi tentam, ao menos, o adiamento da consulta, programada para o dia 15 de dezembro.
Sob as ameaças de continuidade dos protestos, o Exército construiu um muro com blocos de concreto para proteger o palácio presidencial do Egito, um dos principais focos das manifestações.