Manila - O tufão Bopha, o mais violento do ano que atinge as Filipinas, deixou nesta terça-feira (4/12) pelo menos 52 mortos e quatro desaparecidos no extremo sul do país, uma região varrida por ventos e tempestades, anunciaram autoridades locais.
O maior número de vítimas foi registrado em Nova Bataan, uma cidade inacessível na ilha de Mindanao. "Eu contei 43 corpos no chão", testemunhou por telefone a jornalista Vina Araneta, da televisão local ABS-CBN, que estava no prédio da prefeitura, temporariamente transformado em um necrotério, em Nova Bataan.
Seu prefeito, Lorenzo Balbin, indicou que muitos dos corpos são de uma aldeia próxima, onde as enchentes inundaram instalações do Exército.
Consultado, o tenente-coronel Lyndon Paniza, porta-voz militar da região sul, confirmou que a base tinha sido atingida e um soldado havia se afogado.
O governador da província, Arturo Uy, anunciou que um caminhão militar transportando soldados e civis havia deixado o local.
Autoridades de Manila confirmaram a morte de oito pessoas em outras localidades de Mindanao e de uma nona fora da ilha. Três das vítimas morreram em quedas de árvores.
Quatro pescadores que estavam ao longo da costa leste de Mindanao também estão desaparecidos.
Bopha atingiu a terra nesta madrugada no leste da ilha, com ventos de 210 km/h e fortes chuvas.
No início da noite, o tufão, que havia perdido sua força, mantinha o seu avanço no mar de Sulu, depois de mudar de curso no período da tarde para oeste, de acordo com os serviços meteorológicos.
Ele havia chegado a ameaçar atingir as ilhas turísticas de Bohol, Cebu e Negros. Muitos habitantes de Mindanao ainda estavam às escuras na noite desta terça.
As autoridades precisaram cortar a energia elétrica antes da chegada do Bopha nas cidades e aldeias para evitar incêndios e eletrocuções nesta ilha, geralmente poupada por tufões.
Mais de 56 mil pessoas deixaram suas casas à beira mar, nas margens de rios e em áreas com risco de inundação e probabilidade de deslizamentos de terra. As pessoas encontraram refúgio em mil abrigos públicos, geralmente escolas e igrejas.
O shopping de Cagayan de Oro, uma das principais cidades de Mindanao, foi inundado pelas águas dos rios próximos.
"Nós levamos para dentro de casa os nossos porcos e galinhas porque poderiam morrer", disse Marianita Villamor, um comerciante de San Fermin.
"Eu ouvi várias árvores caindo esta manhã", acrescentou esta mulher de 46 anos, por telefone.
No total, 146 voos de Mindanao e das ilhas centrais do arquipélago filipino foram cancelados desde segunda-feira. Mais de 3000 passageiros de balsas ficaram retidos em terra, os navios foram obrigados a permanecer no porto, informou a Defesa Civil.
O presidente das Filipinas, Benigno Aquino, pediu cautela extrema, alertando que "o potencial de destruição (do Bopha) deve ser levado a sério".
As Filipinas sofrem com cerca de 20 tempestades e tufões, que ficam mais perigosos a cada ano, principalmente durante a estação chuvosa, entre junho e outubro. Bopha é o 16; neste ano.
Em agosto, inundações devido a uma série de tempestades causaram centenas de mortos e deixaram mais de um milhão de pessoas desalojadas.
Em 2011, 29 tufões já mataram 1.500 pessoas e afetaram em diferentes graus quase 10% dos 90 milhões de filipinos, segundo o governo.